A viagem é geralmente o termo de um encontro com o mundo. Vamos em direção a um fim do mundo onde nos encontramos com o mundo. Desta imersão, ingerência ou convite nasce o principio de um possível encontro cultural e não apenas turístico. Deste modo, da identidade ao turismo a distancia é muitas vezes mais curta do que se pensa. De um lado, deparamo-nos com um regresso ao passado e à natureza com o objectivo de reforçar ou até de fixar um identidade em risco de perder reconhecimento em face do turbilhão da mundialização; do outro lado, está o sucesso da conservação e da preservação do legado ao qual se tenta insuflar um novo destino, turístico e mercantil, para que seja melhor (re)conhecido através da sua prévia "rentabilização". É um pouco desta maneira que todas as culturas se vêem puxadas para cima pelas suas raízes, depois realojadas num contexto que, afinal de contas, se assemelha a todos os outros, num espaço comum.
Franck Michel, Voyages Pluriels. Échanges et Mélanges. Paris, Éditions Livres du Monde, 2011, p. 105-106
Neste sentido, todo o turismo é cultural.
ResponderEliminarO "espaço comum" de que aqui se fala, resulta de um processo bem expresso no título da obra de onde o excerto foi retirado.
E esse "espaço comum" é já uma (nova) construção?