domingo, 27 de abril de 2014

A viagem de Fermina Daza (5). Gabriel Garcia Marquez


Na noite seguinte, com efeito, depois dele lhe ter ensinado a dançar as valsas de Viena sob o céu sideral das Caraíbas, ele teve de ir à casa de banho depois dela e quando voltou ao camarote encontrou-a nua na cama à espera dele. Então foi ela quem tomou a iniciativa e entregou-se-lhe sem medo, sem dor, com a alegria de uma aventura de mar alto, e sem mais vestígios de cerimónia sangrenta além da rosa da honra no lençol. Ambos o fizeram bem, quase como um milagre, e continuaram a fazê-lo bem de noite e de dia e cada vez melhor durante o resto da viagem, e quando chegaram a La Rochelle entendiam-se como velhos amantes.
Ficaram dezasseis meses na Europa, com base em Paris e fazendo viagens curtas pelos países vizinhos. Durante esse tempo, fizeram amor todos os dias e, mais de uma vez, nos domingos de Inverno, quando ficavam até à hora de almoço a brincar na cama. Ele era um homem de bons ímpetos e, alem disso, bem treinado, e ela não fora feita para perder com ninguém, de modo que tiveram de se conformar com a partilha do poder na cama.

Gabriel Garcia Marquez, O Amor em Tempos de Cólera. Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1987, p. 174.

2 comentários:

  1. ALMAS REFLORIDAS

    Se todo o ser ao vento abandonamos
    E sem medo nem dó nos destruímos,
    Se morremos em tudo o que sentimos
    E podemos cantar, é porque estamos
    Nus, em sangue embalando a própria dor
    Em frente às madrugadas do amor.
    Quando a manhã brilhar refloriremos
    E a alma beberá esse esplendor
    Prometido nas formas que perdemos.

    Sophia de Mello Breyner Andresen, IN OBRA POÉTICA I, pp. 59.

    Nota: Foi precisamente o que descobriu Fermina Daza, 60 anos mais tarde...

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  2. L´hymme à l´amour
    Edith Piaf

    Le ciel bleu sur nous peut s´effondrer,
    Et la terre peut bien s`écrouler,
    Peu m´importe si tu m´aimes,
    Je me fous du monde entier

    Tant que l´amour innondera mês matins,
    Tant qu´mon corps frémira sous tes mains,
    Peu m´importent les problèmes, Mon amour, puisque tu m´aimes.

    J´irais jusqu´au bout du monde,
    Je me ferais teindre en blonde,
    Si tu me le demandais.
    J´irais décrocher la lune,
    J´irais voler la fortune,
    Si tu me le demandais.
    Je renierais ma patrie,
    Je renierais mês amis,
    Si tu me le demandais.
    On peut bien rire de moi,
    Je ferais n´importe quoi,
    Si tu me le demandais

    Si un jour, la vie t´arrache à moi,
    Si tu meurs, que tu sois loin de moi,
    Peu m´importe si tu m´aimes,
    Car moi je mourrais aussi.

    Nous aurons pour nous l´eternité,
    Dans le bleu de toute l´immensité,
    Dans le ciel, plus de problème,
    Mon amour, Crois-tu qu´on s´aime?

    Dieu réunit ceux qui s´aiment.
    Considere ça...
    Le ciel bleu sur nous peut s´effondrer
    Et la terre peut bien s´écrouler
    Peu m´importe si tu m´aimes
    Je me fou du monde entier
    Tant que l´amour inond´ra mês matins
    Tant que mon corps frémira sous tes mains
    Peu m´importent les problèmes
    Mon amour puisque tu m´aimes

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