Chegado a Paris na tarde de terça-feira da semana passada, voltei na segunda-feira [12 de Julho]. Consegui permanecer lá totalmente incógnito; no desembarque em Dieppe, passei pelos funcionários da alfândega e pela polícia sem que tenham intervindo, apesar de, curiosamente, algumas pessoas inocentes (entre elas um Yankee de cabelos negros que foi tomado por italiano) terem tido de apresentar os seus passaportes, e os Cavalheiros Franceses, em virtude de regulamentação recente, terem sido obrigados a revelar o nome. Em Paris fiquei alojado na rua Ste Placide, uma casa mobilada ao lado da dos Lafargue, sob o nome de A. Wiliams.
Circunscrevi a minha estadia à "family", com a qual flanei por quase toda a cidade. A zona em que habitam (Faubourg Saint-Germain ... etc.) não mudou muito, não foi haussmanizada. Como antes, ruas estreitas e mal-cheirosas. Em contrapartida, houve grande alterações na outra margem do Sena, a primeira das quais exactamente na frente do Louvre. As mulheres parecem ter ficado mais feias. O calor estava insuportável, sobretudo no comboio.
Nota:
O que levou Marx a correr a Paris naquele Verão de 1869 foi o estado de saúde física e psicológica do casal Lafargue: Laura, segunda filha de Karl Marx, nascida em 1845, casada desde Abril do ano anterior com Paul Lafargue. O casal tivera um filho, ainda em 1868, Charles-Étienne. Marx fora alertado para a situação frágil da família pelo pai de Paul, o médico François Lafargue.
O risco da viagem de Londres a Paris para Karl Marx residia na circunstância de ter sido proibido de entrar em França, na sequência da publicação em 1852 da obra 18 Brumaire de Louis Bonaparte. O pai e avó que de forma clandestina atravessou a Mancha em 1869 tinha 51 anos.
Karl Marx, Le Christophe Colomb du Capital. Textes choisis et présentés par Jean-Jacques Marie. Paria, La Quinzaine Littéraire, 2006, p. 190-191.
HAUSSMANN EM PARIS: OUTRA ESPÉCIE DE REVOLUÇÃO
ResponderEliminarLe Second Empire correspond à une nouvelle aristocratie qu´'est la haute finance. M. Mouchel s'installe à l'Aigle pour créer sa manufacture utilisant les eaux de la Risle. Georges Haussmann, énergique Alsacien, préfet de la Seine depuis 1853, transforme Paris en un vaste chantier. L'obsession des hygiénistes, dont Sophie [Contesse de Ségur], est le manque de "ventilation" du vieux Paris. Abattre l'ancien Paris pour un neuf est une attaque directe contre les virus mortels. La guerre du propre contre le sale est angagée.
Léquipe d'Haussmann travaille jour et nuit à la modification de la rue de Rivoli. Ce ne sont que tranchées, maisons éboulées, éventrations de ruelles à phtisie, à typhus, à choléra... Un viaduc de chemin de fer ceinture le boulevard Exelmans. Paris devient une métropole moderne. M. Mouchel trouve un nouvrau système de mécanique. Haussmann ouvre la future avenue de l'Opéra.
Le décret de 1860 agrandit encore Paris. Passy, Grenelle, Montmartre, Auteuil, Vaugirard - villages où poussaient des vignes, paissaient des vaches - deviennent parisiens.
Hortense Dufour, LA CONTESSE DE SEGUR, Paris, Flammarion, 2000, pp. 520.