quinta-feira, 29 de maio de 2014

Goodby. James Tissot

James Tissot, Goodbye, on the Mersey
 Ca.1881



8 comentários:

  1. É extraordinário como nesta imagem, aparentemente tão simples, estamos todos retratados em nossa condição humana: acenando lenços brancos, expressão material do imaterial sentimento de perda por quem parte, da dolorosa presença em nós de quem a pouco e pouco se faz ausente.

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  2. É tão linda a imagem, que emudeço...

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  3. A imagem é tão “entrañable” que, como diz Isabel X., me transportou lá, onde, em plena transgressão, eu fui:
    Era de 1968, Novembro triste, cinzentão, junto às “Janelas Verdes”..., centenas de lenços brancos e um deles era o meu, choravam umas despedidas mais diferentes e indizíveis que todas as que guardo… nem sei o que doía mais, se a tragédia visível nos rostos, todos dolorosamente iguais, se os sorrisos conhecidos dos oficiais no convés, se o aceno das crianças ao colo empunhando “a brancura de um lenço”, se a mobilização do meu futuro próximo que deixei ficar ali, no cais, a descoberto…, se toda aquela cena que não tinha que acontecer, aquele sofrimento colectivo de pessoas unidas numa despedida que eu já vira antes, nas nossas praias, ao amanhecer, com pescadores sacudidos pela fúria das marés vivas de Agosto, gemendo e gritando em uníssono, ao sabor das ondas, um “ai” que nunca mais saiu de mim…

    Aquela despedida foi e é a minha despedida. O resto é sempre um “até já!”.

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  4. GAIVOTA
    Voo com a brisa e amaro no mar.
    Em desamores, sobrevivo
    contra quem não me merece.
    Aporto se o dia entardece:
    Sei quando parar.

    "Já navegavam no porto de Tsjang-Tsjang, mas o OEDIPUS TYRANNUS nem sentia a rebentação. Um contentamento desenfreado nasceu no coração de Hilliot, momentaneamente houve satisfação na sua alma, mas depois o antigo desespero voltou, lacerando-o com as suas garras. Se ao menos Janet pudesse ver aquilo com ele! Os telhados brancos chispavam e cintilavam como se tivessem rubis, gaivotas marinhas gritavam e piavam por cima da chaminé, batidas pelo vento fresco que soprava à volta do cabo. E ele já via troleicarros, eléctricos e multidões no mercado: conseguia distinguir as letras do cais da Standard Oil Company - SOCONY -, enquanto, lá em cima na montanha, um comboio subia com infinita lentidão. O sol ia ficando exangue atrás dos campos de uma brancura de giz. De terra chegou, vibrante, o toque de um clarim. Havia também uma guerra que se travava com fúria atrás daquele cabo.
    Deu consigo a rir-se de excitação, mas conteve-se bruscamente. Que significava agora para ele outro porto? Era apenas outra prova feita à sua firmeza, à sua constância? Quebraria desta vez a sua lealdade a Janet, depois de a manter durante tanto tempo?"

    Malcolm Lowry, ULTRAMARINA, Lisboa, Ed. LIVROS DO BRASIL, 1986, pp. 38-39.

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  5. Irish Emigration to America

    Men, women and children were scrambling up the sides of the ship. One could see hundreds of people confused, screaming. Luggage and boxes were flung aboard, followed by passengers. When they or their luggage missed the ship and fel into the water there was usually a man in a rowing boat ready to rescue and get his reward. But sadly there was not always someone there ro rescue and consequently a few people drowned. Those who did not manage to get onboard at the dock gate had no choice but to hire a rowing boat to catch up the ship down the rever Mersey. The boatmen would not do it for less than half a sovereign (10 shillings). Getting on board a ship was really rough, even for the cabin passengers.
    Préteseille, 1999

    The most callous and indiferente can scarcely fail, at such a moment, to form cordial wishes for the pleasant voyage and safe arrival of the emigrants, and for their future prosperity in their new home. As the ship is towed out, hats are raised, handkerchiefs are wa´ved, and a loud and long-continued shout of farewell is raised from the shore, and cordially responded to from the ship. It is then, if at any time, that the eyes of the emigrants begin to moisten.

    ~Illustrated London News (1850)

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  6. ESPÉRAME Y VOLVERÉ. KONSTANTIN SIMONOFF

    Espérame y volveré.

    Espera ansiosa…
    Espera, cuando las lluvias
    traigan tristeza.
    Espera, cuando el verano
    traiga calor.
    Espera, cuando los otros
    sean olvidados.
    Espera, cuando de lejos
    no lleguen cartas.
    Espera, aun cuando todos
    estén cansados ya de esperar.

    Espérame y volveré.
    Ignóralos si te dicen
    que es tiempo ya de olvidar.
    Deja que mi hijo y mi madre
    piensen que yo ya no existo.
    Cuando todos mis amigos,
    cansados ya de esperar,
    se reúnan junto al fuego
    y beban el vino amargo
    a mi memoria, espera…
    Espera, y no te apresures
    a vaciar también tu copa.

    Espérame y volveré
    a despecho de mil muertes.
    Los que no me esperaban
    quizá dirán: “Tuvo suerte”.
    Ellos no comprenderán
    que en el rigor del combate
    tu esperar me salvó.
    Mas cómo sobreviví,
    sólo tú y yo lo sabremos,
    pero tú supiste esperar
    como nadie esperó.

    De El diario lírico, 1941-1942

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  7. Жди меня

    Жди меня, и я вернусь.
    Только очень жди,
    Жди, когда наводят грусть
    Желтые дожди,
    Жди, когда снега метут,
    Жди, когда жара,
    Жди, когда других не ждут,
    Позабыв вчера.
    Жди, когда из дальних мест
    Писем не придет,
    Жди, когда уж надоест
    Всем, кто вместе ждет.

    Жди меня, и я вернусь,
    Не желай добра
    Всем, кто знает наизусть,
    Что забыть пора.
    Пусть поверят сын и мать
    В то, что нет меня,
    Пусть друзья устанут ждать,
    Сядут у огня,
    Выпьют горькое вино
    На помин души...
    Жди. И с ними заодно
    Выпить не спеши.

    Жди меня, и я вернусь,
    Всем смертям назло.
    Кто не ждал меня, тот пусть
    Скажет: - Повезло.
    Не понять, не ждавшим им,
    Как среди огня
    Ожиданием своим
    Ты спасла меня.
    Как я выжил, будем знать
    Только мы с тобой, -
    Просто ты умела ждать,
    Как никто другой.

    Wait for me
    Wait for me, and I'll be back,
    Should you wait me strong.
    Wait for me when sky is black
    And the sun has gone,

    Wait for me when it is cold,
    And when it is hot,
    Wait for me when others don't,
    'Cause they just forgot.

    Wait in case you don't receive
    Letters from the front,
    Wait, and I will outlive,
    If you really want.

    Wait for me, and I'll be back.
    Don't you talk to those
    Gluing me a dead man tag.
    That's a wrong suppose.

    Let my relatives believe
    That I am the past,
    Let my friends forget and give
    Funeral repast.

    They will drink a glass of wine
    For the peace of soul...
    You just wait and don't make time,
    Do not raise the bowl.

    Wait for me, and I'll be back,
    Disregard the fate,
    In the morning with my bag,
    Should you only wait.

    They will hardly understand,
    How I could survive.
    Waiting me from foreign land,
    You have saved my life.

    Let them say that it's too late.
    What you feeling tells?
    I'll be back, because you wait
    Like nobody else.

    Konstantin Simonoff

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  8. Alphie says you can get it in America yes you can and they argue about Amarica and Austrália and boomerangs til Mam says, For the love o´ Jesus, Yeer brother is leaving us and the two of ye are there aquabbling over boomerangs. Will ye give over?
    Mam says we´ll have to have a bit of party before I go. They used to have parties in the old days when anyone would go to America, which was so far away the parties were called American wakes because the family never expected to see the departing one again in this life. She says ´tis a great pity Malachy can´t come back from England but we´ll be together in America someday with the help of God and His Blessed Mother.

    Frank McCourt, Angela´s Ashes, A Memoir of a Childhood

    Prémio Pulitzer em 1997

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