domingo, 16 de março de 2014

Sunday Morning: viajar com Hopper

8 comentários:

  1. DE UM SOFRIMENTO EGOÍSTA

    Depois dos meus dias de paixão, alegria ou dor,
    talvez perdessem a minha alma e a minha harpa uma corda
    e delas viesse um áspero som; pode ser que inutilmente
    procure cantar uma vez mais como outrora cantei;
    embora sejam tristes acordes, permanecer-lhes-ei fiel
    desde que me arranquem a este penoso sonho
    de um sofrimento e alegria egoístas, arremessando
    o esquecimento à minha volta: e este tema,
    embora aos outros o não seja, tornar-se-á grato para mim.

    Byron, POESIA ROMÂNTICA INGLESA, Trad. de Fernando Guimarães, Lisboa, Relógio D' Água, 2010, p. 21.

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  2. "É bom viver" e olhar vivendo-me em cada instante... Respiro... Tomei o pequeno almoço ao som da caixa de música de "Sunday Morning"... e, de novo, a "aparição" da poesia....

    "Sorriso audível das folhas
    Não és mais que a brisa ali
    Se eu te olho e tu me olhas,
    Quem primeiro é que sorri?
    O primeiro a sorrir ri.

    Ri e olha de repente
    Para fins de não olhar
    Para onde nas folhas sente
    O som do vento a passar
    Tudo é vento e disfarçar.

    Mas o olhar, de estar olhando
    Onde não olha, voltou
    E estamos os dois falando
    O que se não conversou
    ..........................................."
    Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

    Uma Manhã de Domingo Contente!

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  3. Obrigado aos autores dos três comentários. Nesta manhã de domingo, haverá mais luz e um pouco mais de calor.

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  4. Às autoras.
    É vontade de estar a contraciclo num tempo como este em que se usa referir tudo duas vezes, referindo "os" e "as".

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  5. Aliás, nota-se bem a quem este post é dirigido...
    Pela minha parte, agradeço.

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  6. Caro viajante curioso!
    Uma sugestão de viagem imperdível: Pela Ode Marítima, pela criação poderosa de Diogo Infante, na encenação expressiva e austera (palavra que temos que continuar a usar, então!…) de Natália Luísa, pontuada por umas notas de magia de João Gil . E como é possível que se abra um silêncio sobre esta fantástica produção??? Já não há críticos de teatro?
    Flutuar como alma da vida, partir como voz,
    Viver o momento tremulamente sobre águas eternas.
    Acordar para dias mais directos que os dias da Europa.
    Ver portos misteriosos sobre a solidão do mar,
    Virar cabos longínquos para súbitas vastas paisagens
    Por inumeráveis encostas atónitas...

    Ode Marítima
    Poesias de Álvaro de Campos , ed. Ática, 1964
    Prima Z

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