sexta-feira, 7 de março de 2014

Rumo e linha de rumo. Victor Victorino

O rumo é o ângulo entre o meridiano e a trajectória seguida pelo barco, isto é: o rumo é a direcção em que o barco se desloca - e, como qualquer outra direcção, indica-se em graus, de 000 a 359, a partir do Norte, no sentido em que se movem os ponteiros dum relógio.
Um navio que se mantenha a navegar sempre ao mesmo rumo, isto é, cortando sucessivamente os vários meridianos segundo o mesmo ângulo, descreve à superfície da Esfera Terrestre uma curva denominada linha de rumo ou loxodrómia. Se o rumo for Norte (000º) ou Sul (180º), a linha de rumo será um meridiano; e será um paralelo se o rumo for Leste (090º) ou Oeste (270º). Em todos os outros casos, a linha de rumo é uma espécie de espiral que se aproxima cada vez mais de um dos pólos da Terra, sem jamais o atingir.

Loxodrómia descrita por um navio, navegando ao rumo 060º

Victor Victorino, Navegação Costeira Elementar. Lisboa, Edição do Autor, 1970, p. 7-8.

3 comentários:

  1. O PONTO DE FANTASIA

    Quando a exploração sistemática da costa atlântica de África se iniciou, durante a primeira metade do século XV, os métodos de navegação empregues pelos pilotos ibéricos eram idênticos aos utilizados no Mediterrâneo. A posição das embarcações no mar era então determinada como a intersecção entre um segmento com origem na última posição conhecida, orientado segundo o rumo, e um arco de circunferência centrado no mesmo ponto, cujo raio era a distância percorrida, estimada pelo piloto. A posição assim determinada ficou conhecida como PONTO DE FANTASIA, expressão colorida que transmitia de forma feliz a incerteza associada à estimação da distância.
    Com a introdução dos métodos astronómicos de navegação, o ponto de fantasia deu lugar ao ponto de esquadria, no qual a latitude observada passou a desempenhar papel preponderante.

    Henrique Leitão e Teresa Nobre de Carvalho, 360º - CIÊNCIA DESCOBERTA, Catálogo da Exposição, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2013, p. 78.









































    ResponderEliminar
  2. Haverá aqui uma alusão ao "novo rumo" que por aí se anuncia?

    ResponderEliminar
  3. Voltando (um pouco) à série de Maria Clara Almeida Lucas, lembro-me de ter lido algures que, atualizando a simbologia, a árvore pouco tinha de credível e de aceitável, mas que o mesmo não se passava com a esfera, com muito ainda para explorar.

    ResponderEliminar