Um navio que se mantenha a navegar sempre ao mesmo rumo, isto é, cortando sucessivamente os vários meridianos segundo o mesmo ângulo, descreve à superfície da Esfera Terrestre uma curva denominada linha de rumo ou loxodrómia. Se o rumo for Norte (000º) ou Sul (180º), a linha de rumo será um meridiano; e será um paralelo se o rumo for Leste (090º) ou Oeste (270º). Em todos os outros casos, a linha de rumo é uma espécie de espiral que se aproxima cada vez mais de um dos pólos da Terra, sem jamais o atingir.
Loxodrómia descrita por um navio, navegando ao rumo 060º
Victor Victorino, Navegação Costeira Elementar. Lisboa, Edição do Autor, 1970, p. 7-8.
O PONTO DE FANTASIA
ResponderEliminarQuando a exploração sistemática da costa atlântica de África se iniciou, durante a primeira metade do século XV, os métodos de navegação empregues pelos pilotos ibéricos eram idênticos aos utilizados no Mediterrâneo. A posição das embarcações no mar era então determinada como a intersecção entre um segmento com origem na última posição conhecida, orientado segundo o rumo, e um arco de circunferência centrado no mesmo ponto, cujo raio era a distância percorrida, estimada pelo piloto. A posição assim determinada ficou conhecida como PONTO DE FANTASIA, expressão colorida que transmitia de forma feliz a incerteza associada à estimação da distância.
Com a introdução dos métodos astronómicos de navegação, o ponto de fantasia deu lugar ao ponto de esquadria, no qual a latitude observada passou a desempenhar papel preponderante.
Henrique Leitão e Teresa Nobre de Carvalho, 360º - CIÊNCIA DESCOBERTA, Catálogo da Exposição, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2013, p. 78.
Haverá aqui uma alusão ao "novo rumo" que por aí se anuncia?
ResponderEliminarVoltando (um pouco) à série de Maria Clara Almeida Lucas, lembro-me de ter lido algures que, atualizando a simbologia, a árvore pouco tinha de credível e de aceitável, mas que o mesmo não se passava com a esfera, com muito ainda para explorar.
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