Para os aventureiros, os que escolhem trilhos conhecidos, a vida é uma extravagancia na qual o riso, a sorte e o amor acontecem de formas estranhas, inesperadamente, mas nem por isso deixam de ser menos doces.
Epígrafe do filme de Georges Cukor, Sylvia Scarlett, 1935.
A propósito, e na intenção de contribuir para provar que a vida é viagem, cito:
ResponderEliminar"recordação intensa e violenta,
ou alma:
é bom que me deixes ver, nasceste; posso tocar a pérola solar; se eu te acariciar não fecharás o olhar interrogativo;
que a tua pele é, doce
como é, cetim no brilho do meu olhar; deixa-me pôr o meu dedo de pó na tua ferida; não sorrias se to digo; gostas que vá mais longe no meu gosto?
Maria Gabriela Llansol, da sebe ao ser (1988). Lisboa: Edições Rolim, p. 160
TRILHAR CAMINHO NOVO
ResponderEliminarAtravessaram cordilheiras debaixo de tempestades de neve, no Verão; tiritaram sob o sol da meia-noite, subindo montanhas áridas, entre o limite da floresta e as neves eternas; desceram a vales cálidos onde enxameavam moscas e mosquitos; e, nas sombras dos glaciares, colheram morangos tão maduros e flores tão belas como os que constituíam o orgulho do Sul. Em fins do ano penetraram numa estranha região de lagos, triste e silenciosa, onde houvera caça aquática e agora não existia vida nem sinais dela - apenas o soprar de brisas glaciais, o gelo a formar-se em lugares abrigados e a ondulação melancólica das vagas em praias solitárias.
Durante um novo Inverno, percorreram trilhos, já apagados, de homens que ali tinham passado antes.
Jack London, O APELO DA SELVA, Porto, Liv.ª Civilização, 1983, pp. 159-160.