O mito beatnik e seus avatares, com os seus ícones literários de Nicolas Bouvier a Jack Kerouac, do fim dos anos 1940 até meados dos anos 1960. O símbolo deste mito é a estrada, tanto as das Índias das especiarias como as que conduzem a mais liberdade, numa procura mais individual que colectiva, introduzida pela linha da viagem e das revoluções mentais e culturais em curso. O regresso: mais tarde, nos anos 1980 e 1990, este mito beatnik opera um retorno em força, introduzido pelos medias e nomeadamente pelo cinema, sempre com a estrada como alvo, e eventualmente com a forma mais ou menos comercial do turismo de aventura e a mediatização dos novos aventureiros. É o individualismo que prevalece, mas também o rito da iniciação, a procura de sentido e de reconhecimento.
Franck Michel, Voyages Pluriels. Écahnges et Mélanges. Paris, Livres du Monde, 2011, p. 34-35.
A influência do cinema é fundamental para o despertar da consciência de que somos autores e atores das nossas vidas. Questão que coloca uma outra: a de nos vermos a nós mesmos como outros dos outros; como capazes de alterar o guião, o cenário, os protagonistas que nos rodeiam e com os quais contracenamos.
ResponderEliminarPISAR A ESTRADA
ResponderEliminarNo conseguirá nunca
tu lanza
herir el horizonte.
La montaña
es un escudo
que lo guarda.
No sueñes con la sangre de la luna,
y descansa.
Pero deja, camino,
que mis plantas
exploren la caricia
de la rochada.
Frederico Garcia Lorca, "El Camino", IN LAS MIL MEJORES POESIAS DE LA LENGUA CASTELLANA, Madrid, EI, s.d., p. 667.