sábado, 21 de setembro de 2013

Memória de D. Pedro. Setembro de 2013

Há factos que mudam a história. Foi o caso do desembarque aqui assinalado. Recebeu uma designação toponímica incorrecta: Mindelo. O local em que D. Maria recordou o acto de seu pai, erguendo um padrão que é hoje monumento nacional, tomou a designação nos nossos dias de Praia da Memória (a seguir a Perafita, concelho de Matosinhos).








2 comentários:

  1. A propósito de memória, uma frase de Agustina Bessa-Luís:

    "era mais fácil decretar o esquecimento do que suprimir a memória."

    - Ordens Menores, 1996, Lisboa, Guimarães Editores, p. 223 -

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  2. "À tarde, o desembarques estava concluído.

    Entre o Douro e o Ave a costa do Minho é aberta, sem ser inóspita. Passados os leixões de Leça, é um areal unido que de espaços a espaços se alarga em praias, onde assentam pequenos burgos de pescadores, onde vasam sucessivas ribeiras. As divisórias destes vales perpendiculares sobre a costa não são elevadas, e o terreno, ondulado sempre, é coberto de pinhais espessos. Foi em uma dessas pequenas praias, a de Labruge ou de Arnosa-do-Pampelido, que o desembarque de D. Pedro se efectuou, e não no Mindelo que fica mais de uma légua para o norte. As tradições de pilhagem costeira aos navios em perigo, atrocidade antiga de muitas populações litorais, tinham dado lugar ao nome triste de praia-dos-ladrões. Aí vasa no mar a ribeira de Modivas, que corre no vale seguinte ao de Leça, deixando de permeio a cumeada divisória, contraforte da serra interior da Lixa que vem até à costa. No planalto da colina assentam Moreira e Pedras Rubras; no declive marítimo, Parafita e Lavre, aldeias a que este episódio da história ilustrou o nome. Para o norte da ribeira de Modivas o terreno litoral é chão até ao Ave, e além dele."

    Oliveira Martins, PORTUGAL CONTEMPORÂNEO I, Livro 3º, Lisboa Parceria António Maria Pereira, 1906, pp.263-4.

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