De como os "guias turísticos" não gozam de eterna fidedignidade. E de como quem quer, vai...
"O deputado, sem embargo de ir habitar o quarto andar de uma casa lavada de ares e muito desafogada na rua da Procissão, quis-lhe parecer que a atmosfera da capital não cheirava bem. Abriu um dos seus livros velhos, intitulado DO SÍTIO DE LISBOA, etc., por Luís Mendes de Vasconcelos e leu: '... E assim, de todo o território de Lisboa, parece que da terra, fontes e rios, respiram suavíssimos vapores, amigos da natureza humana; porque é coisa certíssima que a benignidade dos ares deste sítio, não só é por natureza deleitosa, pelo seu temperamento, mas de grandíssimo proveito para algumas doenças, etc...' Calisto Elói fechou o livro e disse de si para consigo, tomando uma vez de rapé: - O meu clássico não podia mentir. Este mau cheiro é desconcerto da minha membrana pituitária... E alcatroou segunda vez as ventas com uma pitada desinfectante."
Camilo Castelo Branco, A QUEDA DUM ANJO, Lisboa, Parceria A. M. Pereira, 1979, p.28.
De como os "guias turísticos" não gozam de eterna fidedignidade. E de como quem quer, vai...
ResponderEliminar"O deputado, sem embargo de ir habitar o quarto andar de uma casa lavada de ares e muito desafogada na rua da Procissão, quis-lhe parecer que a atmosfera da capital não cheirava bem.
Abriu um dos seus livros velhos, intitulado DO SÍTIO DE LISBOA, etc., por Luís Mendes de Vasconcelos e leu:
'... E assim, de todo o território de Lisboa, parece que da terra, fontes e rios, respiram suavíssimos vapores, amigos da natureza humana; porque é coisa certíssima que a benignidade dos ares deste sítio, não só é por natureza deleitosa, pelo seu temperamento, mas de grandíssimo proveito para algumas doenças, etc...'
Calisto Elói fechou o livro e disse de si para consigo, tomando uma vez de rapé:
- O meu clássico não podia mentir. Este mau cheiro é desconcerto da minha membrana pituitária...
E alcatroou segunda vez as ventas com uma pitada desinfectante."
Camilo Castelo Branco, A QUEDA DUM ANJO, Lisboa, Parceria A. M. Pereira, 1979, p.28.
Lisboa, sempre nova, sempre linda. Não há luz como a de Lisboa.
ResponderEliminarHoje estive em Lisboa e pensei que gostaria de visitá-la da perspetiva do turista estrangeiro, agora que é um destino preferido por tantos.
Quando chego a casa e venho aqui, deparo-me com este belíssimo conjunto de imagens de Lisboa! Nem e propósito... Rumo ao sul(?)