quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Guardiões. Paula Rego

Paula Rego, Os Guardiões, 2009

1 comentário:

  1. OBSCURA CASTIDADE

    Uma obscura e inquieta castidade
    pôs uma flor para mim no jardim mais secreto
    num horizonte de graça e claridade
    intangível e perto.

    Promessa estática no luar
    da densidade em mim corpórea
    não é a culpa, é a memória
    da primeira manhã do pecado
    sem Eva e sem Adão.
    Só o fruto provado
    e a serpente enroscada
    na minha solidão.

    Natália Correia, INÉDITOS (1941-1947), IN POESIA COMPLETA, Lisboa, Dom Quixote, 1999, pp. 68-69.

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