"(...) Fraternidade com todas as dinâmicas! Promíscua fúria de ser parte-agente Do rodar férreo e cosmopolita De comboios estrénuos, Da faina transportadora-de-cargas dos navios Do giro lúbrico dos guindastes, Do tumulto disciplinado das fábricas E do quase-slêncio ciciante e monótono das correias de transmissão! (...)"
Álvaro de Campos, "Ode Triunfal", FERNANDO PESSOA. OBRA POÉTICA, Rio de Janeiro, José Aguilar Editora, 1969, p. 306.
Álvaro de Campos ainda (e sempre) a propósito (ou talvez não):
"Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo quanto eu sinto! Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, De vos ouvir demasiadamente perto, E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso De expressão de todas as minhas sensações, Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!" - Álvaro de Campos, Ode Triunfal -
Nós e as máquinas e/ou Nós somos máquinas? Tanta é a afinidade com estas imagens? Tão belas em nós, afinal...
Inevitável, a Ode Triunfal, Álvaro de Campos, face a imagens de uma "visita à cidade industrial", como aqui se prova. Um referente marcante, incontornável.
Ainda nenhum comentário estava visível quando escrevi o meu comentário a este post. Quase a mesma ideia face ao mesmo estímulo visual, e isso é que é interesante. Pelo menos os excertos escolhidos do mesmo poema não são os mesmos. Nada de novo debaixo do sol!
"(...) Fraternidade com todas as dinâmicas!
ResponderEliminarPromíscua fúria de ser parte-agente
Do rodar férreo e cosmopolita
De comboios estrénuos,
Da faina transportadora-de-cargas dos navios
Do giro lúbrico dos guindastes,
Do tumulto disciplinado das fábricas
E do quase-slêncio ciciante e monótono das correias de transmissão! (...)"
Álvaro de Campos, "Ode Triunfal", FERNANDO PESSOA. OBRA POÉTICA, Rio de Janeiro, José Aguilar Editora, 1969, p. 306.
Álvaro de Campos ainda (e sempre) a propósito (ou talvez não):
ResponderEliminar"Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo quanto eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!"
- Álvaro de Campos, Ode Triunfal -
Nós e as máquinas e/ou Nós somos máquinas?
Tanta é a afinidade com estas imagens?
Tão belas em nós, afinal...
Inevitável, a Ode Triunfal, Álvaro de Campos, face a imagens de uma "visita à cidade industrial", como aqui se prova. Um referente marcante, incontornável.
ResponderEliminarAinda nenhum comentário estava visível quando escrevi o meu comentário a este post. Quase a mesma ideia face ao mesmo estímulo visual, e isso é que é interesante. Pelo menos os excertos escolhidos do mesmo poema não são os mesmos.
Nada de novo debaixo do sol!