domingo, 22 de junho de 2014

Boa viagem. Goya

Goya (Francisco de Goya y Lucientes), Buen Viage, from  Los Caprichos, plate 64. 1799



14 comentários:

  1. Fado da “Parodia”

    Mote

    Como quem vai a Cacilhas,
    Foram ao Rio de Janeiro!

    Glosas

    O Sacadura Cabral
    e mail o gago Coutinho,
    botaram pés a caminho,
    sem medo do temporal.
    Almoçando em Portugal,
    voaram milhas e milhas,
    merendaram sobre as ilhas
    e segundo as forças varas,
    foram jantar às Canárias
    como quem bae a Cacilhas

    Voltaram de novo ao ar
    e como ninguém se perde,
    com vontade de cear
    desceram em Cabo Verde.
    Mas sedentos de voar,
    e como o tempo é dinheiro,
    depois de um sono ligeiro
    sobre uma rocha danada,
    para provar goiabada
    foram ao Rio de Janeiro!

    CAIM, 19 de Janeiro de 1923

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  2. https://jacket2.org/commentary/jerome-rothenberg-eye-witness-table-contents

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  3. I AM NOT A NATIVE OF THIS PLACE

    I am not a native of this place,
    nor yet a stranger.
    With the firrst of you
    I hunt for shade
    my boots half off
    to let the air through.
    My head is on my shoulders
    & is real.
    I plant cucumbers
    twice a year
    & count the bounty.
    Often I read
    the papers
    standing.
    I am clean & pure.
    I carry buckets
    from the pond
    more than my arms can bear.
    Under a full moon
    fish appear
    like flies in amber.
    The words of foreigners
    invade my thoughts.
    The hungry hordes
    surround me
    wailing through their beards.
    My fingers tingle
    feigning speech.
    I have a feeling
    that my tongue
    speaks words
    because my throat
    keeps burning.

    Jerome Ruthenberg

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  4. Omnipoetics

    Those who are masters
    needn’t talk,
    but signal with a secret
    nod or wink,
    concealed assassins
    brought into the mix.
    Involuntary tears,
    a dream of executions,
    smoke
    rises between our teeth.
    The ones who loved us
    die not one by one
    but now en masse,
    the presence of the dead
    in every corner.
    The wretch who testifies
    may also sing,
    capturing the ebb & flow
    of tides, the pressure
    blood breeds
    where it strokes the body.
    Once to stand there,
    hapless,
    to sense the joy
    in failure
    only the wise
    can know.
    Someone will lift
    a burden
    from our eyes
    & we will witness
    worlds unseen.

    Jerome Rottenberg, in “Pre-Face” to Eye and Witness

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  5. We were in the air before sunrise, the captain, his men, their prize, and me all onboard a C-47 bound north. We refueled at first light in Seattle, and then started up to Anchorage. What takes three hours today took nine back then-or more, depending on whether the pilot had ever flown to Alaska before.
    I wish the trip had lasted even longer. Three hours, nine hours- one hundred hours probably wouldn’t be enough transition time from the Outside world to Alaska. But these are the illusions planes perpetuate: the intimacy of great distances, the seeming absence of life below, and worst of all, the notion that by flying over the land, you have somehow conquered it. I rely on planes now; we all do. But there is an aspect to them that I hate, and it is the distance they put between you and the ground. The view, of course, is gorgeous, but it is completely sanitized, static beyond the glass, sometimes hidden beneath clouds. It allows you to think of Alaska the way the rest of the world does, a gigantic, postcard-perfect park, its mountains and trees and glaciers, however distant, reassuringly reachable and safe.

    David Mitchell, in Cloud Atlas

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  6. O contraste entre os votos de "Buen Viage" e a imagem a que esses votos aludem é, no mínimo, desconcertante.
    Não por acaso, perguntaram em Espanha a Paula Rêgo sobre a relação entre a sua obra plástica e a de Goya. Desconcertante, a pintora recusou essa proximidade, preferindo vincular-se a Rafael Bordalo Pinheiro.
    E os jornalistas tiveram que dobrar a língua e aprender a pronunciar aquele nome difícil: Rafael Bordalo Pinheiro...

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  7. Então, a Península Ibérica moveu-se um pouco mais, um metro, dois metros, a experimentar as forças. As cordas que serviam de testemunhos, lançadas de bordo a bordo, tal qual os bombeiros fazem nas paredes que apresentam rachas e ameaçam desabar, rebentaram como simples cordéis, algumas mais sólidas arrancaram pela raiz as árvores e os postes a que estavam atadas. Houve depois uma pausa, sentiu- se passar nos ares um grande sopro, como a primeira respiração profunda de quem acorda, e a massa de pedra e terra, coberta de cidades, aldeias, rios, bosques, fábricas, matos bravios, campos cultivados, com a sua gente e os seus animais, começou a mover-se, barca que se afasta do porto e aponta ao mar outra vez desconhecido.

    José Saramago, in A Jangada de Pedra

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  8. Ao longo da costa o acampamento não tem fim, é um arraial, milhares e milhares de pessoas de olhos postos no mar, há quem suba a telhados e a árvores altas, para não falar de outros tantos mil que não quiseram vir tão longe, ficaram, de óculos e binóculos, nos altos da serra Contra viesa ou nas fraldas da serra Nevada, aqui interessam-nos só as pessoas mais simples, aquelas que precisam de pôr a mão em cima das coisas para as reconhecerem, tão próximos não poderão estes chegar, mas bem fizeram por isso. José Anaiço, Joaquim Sassa e Pedro Orce vieram com eles, por humor apaixonado de Pedro Orce e cordial franqueza dos outros, agora estão sentados numas pedras que dão para o mar, a tarde vai chegando ao fim, e é Joaquim Sassa quem diz, pessimista como já se confessou, Se Gibraltar passa de noite, foi em vão que viemos, Pelo menos vemos-lhe as luzes, argumentou Pedro Orce, e até será mais bonito, ver a pedra a afastar-se como um barco iluminado, então, sim, se justificará o fogo-de-artifício completo, com girandolas, chuvas, cascatas, ou lá como lhes chamam, enquanto palidamente o rochedo se perde na distância, sumiu-se na escura noite, adeus, adeus, que não te volto a ver. Mas José Anaiço abrira sobre os joelhos o mapa, com lápis e papel fez contas, repetiu-as uma por uma para ficar com todas as certezas, tornou a verificar a escala, extraiu a prova dos noves e a real, finalmente declarou, Gibraltar, meus amigos, vai levar uns dez dias a chegar aqui, surpresa incrédula dos companheiros, então ele apresentou-lhes as aritméticas, nãoprecisou, sequer, de invocar a sua autoridade de professor diplomado, ciências destas, felizmente, já estão ao alcance das compreensões mais rudimentares, Se a península, ou ilha, ou lá o que é, se desloca a uma velocidade desetecentos e cinquenta metros por hora, temos que percorrerá dezoito quilómetros por dia, ora, da baía de Algeciras até aqui onde estamos, em linha recta, são quase duzentos quilómetros, façam-lhe agora as contas, que são boas de fazer. Perante a demonstração irrefutável, Pedro Orce inclinou a cabeça sucumbido, E viemos nós, e veio toda esta gente a correr porque tinha chegado o dia de glória, hoje escarneceríamos da Pedra Má, e afinal teremos de estar à espera dez dias, nenhum incêndio pode durar tanto, E se fossemos ao encontro dela, pelas estradas da costa, lembrou Joaquim Sassa, Não, não vale a pena, respondeu Pedro Orce, coisas destas querem-se no seu momento próprio, enquanto o entusiasmo não diminui, agora é que ela devia estar a passar diante dos nossos olhos, agora que estamos exaltados, estivemo-lo, já não estamos, Então que vamos fazer, perguntou José Anaiço, Vamo-nos embora, Não quer ficar, Não é depois do sonho que o sonho pode ser vivido, Sendo assim, partimos amanhã, Tão cedo, Tenho a escola à espera, E eu o escritório, E eu a farmácia, sempre.

    José Saramago, in A Jangada de Pedra

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  9. Ciúmes? Mas como explicar que, logo em seguida, fossem recolhidos José Borges do Couto Leme, pessoa estimável, o Chico das Cambraias, folgazão emérito, o escrivão Fabrício e ainda outros? O terror acentuou-se. Não se sabia já quem estava são, nem quem
    estava doido. As mulheres, quando os maridos saíam, mandavam acender uma lamparina a Nossa Senhora; e nem todos os maridos eram valorosos, alguns não andavam fora sem um ou dois capangas. Positivamente o terror. Quem podia, emigrava. Um desses fugitivos,
    chegou a ser preso a duzentos passos da vila. Era um rapaz de trinta anos, amável, conversado, polido, tão polido que não cumprimentava alguém sem levar o chapéu ao chão; na rua, acontecia-lhe correr uma distância de dez a vinte braças para ir apertar a mão a um
    homem grave, a uma senhora, às vezes a um menino, como acontecera ao filho do juiz de fora. Tinha a vocação das cortesias. De resto, devia as boas relações da sociedade, não só aos dotes pessoais, que eram raros, como à nobre tenacidade com que nunca desanimava diante de uma, duas, quatro, seis recusas, caras feias, etc. O que acontecia era que, uma vez entrado numa casa, não a deixava mais, nem os da casa o deixavam a ele, tão gracioso era o
    Gil Bernardes. Pois o Gil Bernardes, apesar de se saber estimado, teve medo quando lhe disseram um dia que o alienista o trazia de olho; na madrugada seguinte fugiu da vila, mas foi logo apanhado e conduzido à Casa Verde.
    — Devemos acabar com isto!
    — Não pode continuar!
    — Abaixo a tirania!
    — Déspota! violento! Golias!
    Não eram gritos na rua, eram suspiros em casa, mas não tardava a hora dos gritos. O terror crescia; avizinhava-se a rebelião. A idéia de uma petição ao governo, para que Simão Bacamarte fosse capturado e deportado, andou por algumas cabeças, antes que o barbeiro
    Porfírio a expendesse na loja com grandes gestos de indignação. Note-se, — e essa é uma das laudas mais puras desta sombria história, — note-se que o Porfírio, desde que a Casa Verde começara a povoar-se tão extraordinariamente, viu crescerem-lhe os lucros pela aplicação assídua de sanguessugas que dali lhe pediam; mas o interesse particular, dizia ele,deve ceder ao interesse público. E acrescentava: — é preciso derrubar o tirano!

    Machado de Assis, Papéis Avulsos

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  10. E eu pus-me a cismar por quantos dóla- res me iria ficar aquela “viagem”. Não estava no país dos gangsters? E aquele gangster disfarçado com o seu falso car- tão de identidade no tablier, cinicamente consolar-me:
    – Não se aflija, Miss, havemos de lá chegar.
    E para que me chamava “Miss” se sabia que eu era pacata mãe de duas meninas? Chegámos, sim. E ele, o gangster, en- trou, sem mais nem menos, em casa de Mrs. Michel. Nunca ele tinha visto aquela senhora mais gorda, mas, cheio de pachorra, sentou-se na sala e pôs-se a contar a razão da nossa demora. E Mrs. Michel a achar tudo isso perfeitamente natural. Por fim paguei quatro dólares, o que era um pechincha olhando às vol- tas que dei. Afinal, grata por ele não ser gangster nem cínico, disse-lhe:
    – o senhor foi amável comigo, obrigada. E ele respondeu, como as personagens nos filmes:
    – Tell that to my boss. – (Diga isso ao meu patrão)

    Ilse Losa, in Ida e Volta, à procura de Babbitt

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  11. “(...) O que quero dizer é que este livro foi sentido como as estrelas, as pessoas e as coisas que me acontecem pelo caminho. Não foi produto de qualquer plano ou premeditação. Fiz uma viagem. Meti sonho na bagagem, sede na minha alma e inquieta ansiedade nos meus olhos. Tento contar o que vi, como as crianças que se perderam na floresta e descrevem, no regresso, as árvores, os animais, os ruídos, as luas e as sombras exageradas dos medos. (...) Nasceu sem doutrina; se contém doutrina, ela resume a teoria dum choque catalizador para as minhas interrogações e próprias tendências. Foi na América que tive a grande revelação. (...)”.

    Natália Correia, in Descobri que era Europeia. Impressões de uma viagem à América

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  12. CIUDAD DEL VATICANO, martes, 15 junio 2004 (ZENIT.org).- Publicamos la carta dirigida por el Papa Juan Pablo II al cardenal Roger Etchegaray con motivo de la publicación de las «Actas del Simposio Internacional "La Inquisición"».
    Al venerado hermano
    señor cardenal Roger Etchegaray
    antiguo presidente del Comité para el gran jubileo del año 2000* * *
    1. He recibido con vivo aprecio el volumen que recoge las «Actas» del simposio internacional sobre la Inquisición, organizado en el Vaticano entre los días 29 y 31 de octubre de 1998 por la Comisión histórico-teológica del Comité para el gran jubileo del año 2000.
    /.../
    Ante la opinión pública la imagen de la Inquisición representa de alguna forma el símbolo di este antitestimonio y escándalo. ¿En qué medida esta imagen es fiel a la realidad? Antes de pedir perdón es necesario conocer exactamente los hechos y reconocer las carencias ante las exigencias evangélicas en los casos en que sea así. Este es el motivo por el que el Comité pidió la consulta de historiadores, cuya competencia científica es universalmente reconocida.

    2. La insustituible contribución de los historiadores constituye, para los teólogos, una invitación a reflexionar sobre las condiciones de vida del Pueblo de Dios en su camino histórico.

    Una distinción debe guiar la reflexión crítica de los teólogos: la distinción entre el auténtico «sensus fidei» y la mentalidad dominante en una determinada época, que puede haber influido en su opinión.

    Hay que recurrir al «sensus fidei» para encontrar los criterios de un juicio justo sobre el pasado de la vida de la Iglesia.
    /.../
    La institución de la Inquisición ha sido abolida. Como dije a los participantes en el Simposio, los hijos de la Iglesia deben revisar con espíritu arrepentido «la aquiescencia manifestada, especialmente en algunos siglos, con métodos de intolerancia e incluso de violencia en el servicio a la verdad» («Tertio millennio adveniente», n. 35).

    Este espíritu de arrepentimiento comporta el firme propósito de buscar en el futuro caminos de testimonio evangélico de la verdad.

    4. El 12 de marzo de 2000, con motivo de la celebración litúrgica que caracterizó la Jornada del Perdón, se pidió perdón por los errores cometidos en el servicio a la verdad recurriendo a métodos no evangélicos. La Iglesia debe realizar este servicio imitando a su Señor, manso y humilde de corazón. La oración que dirigí entonces a Dios contiene los motivos de una petición de perdón, que es válida tanto para los dramas ligados a la Inquisición como para las heridas en la memoria que han provocado: «Señor, Dios de todos los hombres, en algunas épocas de la historia los cristianos a veces han transigido con métodos de intolerancia y no han seguido el gran mandamiento del amor, desfigurando así el rostro de la Iglesia, tu Esposa. Ten misericordia de tus hijos pecadores y acepta nuestro propósito de buscar y promover la verdad en la dulzura de la caridad, conscientes de que la verdad sólo se impone con la fuerza de la verdad misma. Por Cristo nuestro Señor».

    El bello volumen de las «Actas» del simposio se enmarca en el espíritu de esta petición de perdón. Dando las gracias a todos los participantes, invoco sobre ellos la bendición divina.

    Vaticano, 15 de junio de 2004
    IOANNES PAULUS II
    (Traducción del original italiano realizada por Zenit)

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  13. ABUTRE
    "Não escaparás!"
    Queimado pelo ardor do deserto,
    ou ardido do fogaréu da fé,
    que interessa? O inferno é perto.
    Estilhaçado, bestial, enfim liberto,
    ergue-te em fumo e comigo voa.
    Lá chegarás.

    " Durante nove anos, Blimunda procurou Baltasar.[...]
    Milhares de léguas andou Blimunda, quase sempre descalça. [...]
    Encontrou-o. Seis vezes passara por Lisboa, esta era a sétima. Vinha do Sul, dos lados de Pegões. Atravessou o rio, quase noite, na última barca que aproveitava a maré. Não comia há quase vinte e quatro horas.Trazia algum alimento no alforge, mas, de cada vez que ia levá-lo à boca, parecia que sobre a sua mão outra mão se pousava, e uma voz lhe dizia, Não comas, que o tempo é chegado. Sob as águas escuras do rio, via passar os peixes a grande profundidade, cardumes de cristal e prata, longos dorsos escamosos ou lisos. A luz interior das casas coava-se através das paredes, difusa como um farol no nevoeiro. Meteu-se pela Rua Nova dos Ferros, virou para a direita na igreja da Nossa Senhora da Oliveira, em direcção ao Rossio, repetia um itinerário de há vinte e oito anos. Caminhava no meio de fantasmas, de neblinas que eram gente. Entre os mil cheiros fétidos da cidade, a aragem nocturna trouxe-lhe o da carne queimada. Havia multidão em S. Domingos, archotes, fumo negro, fogueiras. Abriu caminho, chegou-se às filas da frente. Quem são, perguntou a uma mulher que levava uma criança ao colo, De três sei eu, aquele além e aquela são pai e filha que vieram por culpas de judaísmo, e o outro, o da ponta, é um que fazia comédias de bonifrates e se chamava António José da Silva, dos mais não ouvi falar.
    São onze os supliciados. A queima já vai adiantada, os rostos mal se distinguem. Naquele extremo arde um homem a quem falta a mão esquerda. Talvez por ter a barba enegrecida, prodígio cosmético da fuligem, parece mais novo. E uma nuvem fechada está no centro do seu corpo. Então Blimunda disse, Vem. Desprendeu-se a vontade de Baltasar Sete-Sóis, mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia e a Blimunda.

    José Saramago, MEMORIAL DO CONVENTO, 6ª ed., Lisboa, Editorial Caminho, 1983, pp. 355-356- 357.

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  14. “Se no Juiz há ódio — por mais justificada que seja a inocência
    do réu — nunca a sentença do juiz há de ser justa.”

    Padre Antonio Vieira, "Memorial a favor da gente da nação hebréia".


    ANTÓNIO VIEIRA

    O céu estrela o azul e tem grandeza.
    Este, que teve a fama e a glória tem,
    Imperador da língua portuguesa,
    Foi-nos um céu também.

    No imenso espaço seu de meditar,
    Constelado de forma e de visão,
    Surge, prenúncio claro do luar,
    El-Rei D. Sebastião.

    Mas não, não é luar: é luz do etéreo.
    É um dia; e, no céu amplo de desejo,
    A madrugada irreal do Quinto Império
    Doira as margens do Tejo.

    Fernando Pessoa

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