quarta-feira, 18 de junho de 2014

O viajante. Frans Masereel

Frans Masereel (Belgian, Blankenberge 1889–1972 Avignon), The Voyager1922


23 comentários:

  1. "Quando Gregor Samsa despertou, certa manhã, de um sonho agitado viu que se transformara, durante o sono, numa espécie monstruosa de insecto.
    Permaneceu de costas, as quais eram duras como uma couraça, e, erguendo um pouco a cabeça, conseguiu ver a saliência do seu grande ventre castanho, dividido em nítidas ondulações. As cobertas escorregavam, irremediavelmente, do alto da curva, e as pernas de Gregor, lamentavelmente finas, comparadas com o seu tamanho primitivo, agitavam-se, impotentes, diante dos seus olhos.
    /.../
    Gregor volveu o olhar para a janela; podia ouvir-se a chuva caindo sobre as vidraças. O tempo nevoento punha-o triste. «E se eu dormisse mas um pouco e esquecesse toda esta estupidez?» Mas isso era-lhe absolutamente impossível, pois estava acostumado a dormir voltado para o lado direito, e a situação em que se achava impedia-o de virar-se para tal posição. Por mais que procurasse virar-se, violentamente, para o lado, caía sempre de costas, com um pequeno movimento circular."

    Franz Kafka, A Metamorfose

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  2. ALBATROZ
    Sem palavras!!!
    De novo eu? Que é isto?
    Serei só o que resisto,
    de todos o que resto?
    Ou é porque me presto,
    pela grandeza da envergadura
    e pelo peso duro do meu gesto
    à xilogravura?

    "Souvent, pour s'amuser, les hommes d'équipage
    Prennent des albatros, vastes oiseaux des mers,
    Qui suivent, indolents compagnons de voyage,
    Le navire glissant sur les gouffres amers.

    A peine les ont-ils déposés sur les planches,
    Que ces rois de l'azur, maladroits et honteux,
    Laissent piteusement leurs grandes ailes blanches
    Comme des avirons traîner à côté d'eux.

    Ce voyageur ailé, comme il est gauche et veule!
    Lui, naguère si beau, qu'il est comique et laid!
    L'un agace son bec avec un brûle-gueule,
    L'autre mime, en boitant, l'infirme qui volait!

    Le Poète est semblable au prince des nuées
    Qui hante la tempête et se rit de l'archer;
    Exilé sur le sol au milieu des huées,
    Ses ailes de géant l'empêchent de marcher.

    Charles Baudelaire, "L'Albatros" IN LES FLEURS DU MAL, Précédées d'une notice de Théophile Gautier, Paris, Michel Lévy Ed., 1868, pp. 89.

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  3. How can I keep my soul in me, so that
    it doesn't touch your soul? How can I raise
    it high enough, past you, to other things?
    I would like to shelter it, among remote
    lost objects, in some dark and silent place
    that doesn't resonate when your depths resound.
    Yet everything that touches us, me and you,
    takes us together like a violin's bow,
    which draws *one* voice out of two separate strings.
    Upon what instrument are we two spanned?
    And what musician holds us in his hand?
    Oh sweetest song.

    Rainer Maria Rilke

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  4. Do you remember still the falling stars
    that like swift horses through the heavens raced
    and suddenly leaped across the hurdles
    of our wishes--do you recall? And we
    did make so many! For there were countless numbers
    of stars: each time we looked above we were
    astounded by the swiftness of their daring play,
    while in our hearts we felt safe and secure
    watching these brilliant bodies disintegrate,
    knowing somehow we had survived their fall.

    Rainer Maria Rilke

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  5. Canção da Tarde no Campo

    Canção da tarde no campo
    Caminho do campo verde
    estrada depois de estrada.
    Cerca de flores, palmeiras,
    serra azul, água calada.

    Eu ando sozinha
    no meio do vale.
    Mas a tarde é minha.

    Meus pés vão pisando a terra
    Que é a imagem da minha vida:
    tão vazia, mas tão bela,
    tão certa, mas tão perdida!

    Eu ando sozinha
    por cima de pedras.
    Mas a tarde é minha.

    Os meus passos no caminho
    são como os passos da lua;
    vou chegando, vai fugindo,
    minha alma é a sombra da tua.

    Eu ando sozinha
    por dentro de bosques.
    Mas a fonte é minha.

    De tanto olhar para longe,
    não vejo o que passa perto,
    meu peito é puro deserto.
    Subo monte, desço monte.

    Eu ando sozinha
    ao longo da noite.
    Mas a estrela é minha.

    Cecília Meireles

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  6. Vida


    A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos.

    Fernando Pessoa

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  7. Quanta turbulência é visível nesta representação do viajante.
    Tanto mundo ao seu redor e ele tão grande para tão pequeno barco.

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  8. Onde você vê um obstáculo,
    alguém vê o término da viagem
    e o outro vê uma chance de crescer.
    Onde você vê um motivo pra se irritar,
    Alguém vê a tragédia total
    E o outro vê uma prova para sua paciência.
    Onde você vê a morte,
    Alguém vê o fim
    E o outro vê o começo de uma nova etapa...
    Onde você vê a fortuna,
    Alguém vê a riqueza material
    E o outro pode encontrar por trás de tudo, a dor e a miséria total.
    Onde você vê a teimosia,
    Alguém vê a ignorância,
    Um outro compreende as limitações do companheiro,
    percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo.
    E que é inútil querer apressar o passo do outro,
    a não ser que ele deseje isso.
    Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar.
    "Porque eu sou do tamanho do que vejo.
    E não do tamanho da minha altura."

    Fernando Pessoa

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  9. Todo pasa y todo queda,
    pero lo nuestro es pasar,
    pasar haciendo caminos,
    caminos sobre el mar.

    Nunca persequí la gloria,
    ni dejar en la memoria
    de los hombres mi canción;
    yo amo los mundos sutiles,
    ingrávidos y gentiles,
    como pompas de jabón.

    Me gusta verlos pintarse
    de sol y grana, volar
    bajo el cielo azul, temblar
    súbitamente y quebrarse...

    Nunca perseguí la gloria.

    Caminante, son tus huellas
    el camino y nada más;
    caminante, no hay camino,
    se hace camino al andar.

    Al andar se hace camino
    y al volver la vista atrás
    se ve la senda que nunca
    se ha de volver a pisar.

    Caminante no hay camino
    sino estelas en la mar...

    Hace algún tiempo en ese lugar
    donde hoy los bosques se visten de espinos
    se oyó la voz de un poeta gritar
    "Caminante no hay camino,
    se hace camino al andar..."

    Golpe a golpe, verso a verso...

    Murió el poeta lejos del hogar.
    Le cubre el polvo de un país vecino.
    Al alejarse le vieron llorar.
    "Caminante no hay camino,
    se hace camino al andar..."

    Golpe a golpe, verso a verso...

    Cuando el jilguero no puede cantar.
    Cuando el poeta es un peregrino,
    cuando de nada nos sirve rezar.
    "Caminante no hay camino,
    se hace camino al andar..."

    Golpe a golpe, verso a verso.

    Antonio Machado

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  10. De manhã estava acomodada no TGV que me levaria a Lausanne, de onde faria a conexão para Montreux. Márcia estaria me esperando na estação. E assim se deu. Ao nós vermos, o abraço foi infinito. É incrível como uma amizade que começou por e-mail por motivos profissionais conseguiu progredir até se transformar num afeto real. Fomos direto a um restaurante de comida italiana e, parecendo mesmo duas italianas sem freio na língua, estendemos nosso blá-blá-blá pela tarde afora. Não era noivado, mas ganhei um anel lindo feito por ela - até hoje me param na rua perguntando onde comprei. Quando ela me deixou no hotel, nem desfiz a mala e tampouco abri a janela. Caí desmaiada na cama.
    Ao acordar do meu sono de princesa, descobri que meu quarto tinha uma sacada que dava para o translúcido lago Leman e para as montanhas com suas neves eternas. O cenário era de filme de Walt Disney, mas o que mais me impressionava era o perfume que a natureza produzia. Me vesti e fui dar uma caminhada pelas redondezas. Descobri jardins floridos e caminhos secretos, tudo absolutamente silencioso e impecável. Pensei: "Adoraria morar aqui...". E logo concluí o pensamento:"...aos 90 anos de idade". Seria uma boa escala antes de chegar ao céu, mas, por enquanto, não troco a agitação dos centros urbanos pela paz eterna.
    (...)
    Deixei a Suíça e fui descansar de tanta organização na Itália, onde mais?

    Martha Medeiros, Um Lugar na Janela: Relatos de Viagem, Porto Alegre, RS:L&M, 2013, pp 67, 68, 73

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  11. Peregrino

    ¿Volver? Vuelva el que tenga,
    Tras largos años, tras un largo viaje,
    Cansancio del camino y la codicia
    De su tierra, su casa, sus amigos,
    Del amor que al regreso fiel le espere.

    Mas, ¿tú? ¿Volver? Regresar no piensas,
    Sino seguir libre adelante,
    Disponible por siempre, mozo o viejo,
    Sin hijo que te busque, como a Ulises,
    Sin Ítaca que aguarde y sin Penélope.

    Sigue, sigue adelante y no regreses,
    Fiel hasta el fin del camino y tu vida,
    No eches de menos un destino más fácil,
    Tus pies sobre la tierra antes no hollada,
    Tus ojos frente a lo antes nunca visto.

    Luis Cernuda

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  12. Poema da Auto-estrada

    Voando vai para a praia
    Leonor na estrada preta.
    Vai na brasa, de lambreta.

    Leva calções de pirata,
    Vermelho de alizarina,
    modelando a coxa fina
    de impaciente nervura.
    Como guache lustroso,
    amarelo de indantreno,
    blusinha de terileno
    desfraldada na cintura.

    Fuge, fuge, Leonoreta.
    Vai na brasa, de lambreta.

    Agarrada ao companheiro
    na volúpia da escapada
    pincha no banco traseiro
    em cada volta da estrada.
    Grita de medo fingido,
    que o receio não é com ela,
    mas por amor e cautela
    abraça-o pela cintura.
    Vai ditosa, e bem segura.

    Como um rasgão na paisagem
    corta a lambreta afiada,
    engole as bermas da estrada
    e a rumorosa folhagem.
    Urrando, estremece a terra,
    bramir de rinoceronte,
    enfia pelo horizonte
    como um punhal que se enterra.
    Tudo foge à sua volta,
    o céu, as nuvens, as casas,
    e com os bramidos que solta
    lembra um demónio com asas.

    Na confusão dos sentidos
    já nem percebe, Leonor,
    se o que lhe chega aos ouvidos
    são ecos de amor perdidos
    se os rugidos do motor.

    Fuge, fuge, Leonoreta.
    Vai na brasa, de lambreta.

    António Gedeão, in 'Máquina de Fogo'

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  13. ABOARD, at a ship's helm,
    A young steersman, steering with care.

    A bell through fog on a sea-coast dolefully ringing,
    An ocean-bell--O a warning bell, rock'd by the waves.

    O you give good notice indeed, you bell by the sea-reefs ringing,
    Ringing, ringing, to warn the ship from its wreck-place.

    For, as on the alert, O steersman, you mind the bell's admonition,
    The bows turn,--the freighted ship, tacking, speeds away under her
    gray sails,
    The beautiful and noble ship, with all her precious wealth, speeds
    away gaily and safe.

    But O the ship, the immortal ship! O ship aboard the ship!
    O ship of the body--ship of the soul--voyaging, voyaging, voyaging.

    Walt Whitman

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  14. Pescador da barca bela,
    Onde vais pescar com ela,
    Que é tão bela,
    Ó pescador?

    Não vês que a última estrela
    No céu nublado se vela?
    Colhe a vela,
    Oh pescador!

    Deita o laço com cautela,
    Que a sereia canta bela...
    Mas cautela,
    Oh pescador!

    Não se enrede a rede nela,
    Que perdido é remo e vela
    Só de vê-la,
    Oh pescador,

    Pescador da barca bela,
    Inda é tempo, foge dela,
    Foge dela
    Oh pescador!

    Almeida Garrett, Folhas Caídas, 1853

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  15. O viajante clandestino

    - Não é arvião. Diz-se: avião.

    O menino estranhou a emenda de sua mãe. Não mencionava ele uma criatura do ar? A criança tem a vantagem de estrear o mundo, iniciando outro matri­mónio entre as coisas e os nomes. Outros a elas se semelham, à vida sempre recém-chegando. São os homens em estado de poesia, essa infância autorizada pelo brilho da palavra.

    - Mãe: avioneta é a neta do avião?

    Vamos para a sala de espera, ordenou a mãe. Sala de esperas? Que o miúdo acreditava que todas as sa­las fossem iguais, na viscosa espera de nascer sempre menos. Ela lhe admolestou, prescrevendo juízo. Aquilo era um aeroporto, lugar de respeito. A senhora apon­tou os passageiros, seus ares graves, sotúrnicos. O me­nino mediu-se com aquele luto, aceitando os deveres do seu tamanho. Depois, se desenrolou do colo ma­terno, fez sua a sua mão e foi à vidraça. Espreitou os imponentes ruídos, alertou a mãe para um qualquer espanto. Mas a sua voz se arfogou no tropel dos mo­tores.

    Eu assistia a criança. Procurava naquele aprendiz de criatura a ingenuidade que nos autoriza a sermos estranhos num mundo que nos estranha. Frágeis onde a mentira credencia os fortes.

    Seria aquele menino a fractura por onde, naquela toda frieza, espreitava a humanidade? No aeroporto eu me salvava da angústia através de um exemplar da in­fância. Valha-nos nós.

    O menino agora contemplava as traseiras do céu, seguindo as fumagens, lentas pegadas dos instantâneos aviões. Ele então se fingiu um aeroplano, braços esten­didos em asas. Descolava do chão, o mundo sendo seu enorme brinquedo. E viajava por seus infinitos, roçan­do as malas e as pernas dos passageiros entediados. Até que a mãe debitou suas ordens. Ele que recolhesse a fantasia, aquele lugar era pertença exclusiva dos adul­tos.

    - Arranja-te. Estamos quase a partir.



    - Então vou despedir do passaporteiro

    A mãe corrigiu em dupla dose. Primeiro, não ia a nenhuma parte. Segundo, não se chamava assim ao senhor dos passaportes. Mas só no presente o menino se subditava. Porque, em seu sonho, mais adiante, ele se proclama:

    - Quando for grande quero ser passaporteiro.

    E ele já se antefruía, de farda, dentro do vidro. Ele é que autorizava a subida aos céus.

    - Vou estudar para migraceiro.

    - És doido, filho. Fica quieto.

    O miúdo guardou seus jogos, constreito. Que crian­ça, neste mundo, tem vocação para adulto?

    Saímos da sala para o avião. Chuviscava. O me­nino seguia seus passos quando, na lisura do alca­trão, ele viu o sapo. Encharcado, o bicho saltiritava. Sua boca, maior que o corpo, traduzia o espanto das diferenças. Que fazia ali aquele representante dos primórdios, naquele lugar de futuros apressados?

    O menino parou, observente, cuidando os perigos do batráquio. Na imensa incompreensão do asfalto, o bicho seria esmagado por cega e certeira roda.

    - Mãe, eu posso levar o sapo?

    A senhora estremeceu de horror. Olhou vergonhada, pedindo desculpas aos passantes. Então, começou a disputa. A senhora obrigava o braço do filho, os dois se teimavam. Venceu a secular maternidade. O meni­no, murcho como acento circunflexo, subiu as escadas, ocupou seu lugar, ajeitou o cinto. Do meu assento eu podia ver a tristeza desembrulhando líquidas missangas no seu rosto. Fiz-lhe sinal, ele me encarou de soslado. Então, em seu rosto se acendeu a mais grata ban­deira de felicidade. Porque do côncavo de minhas mãos espreitou o focinho do mais clandestino de todos os passageiros.

    Mia Couto, in Cronicando, Caminho

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  16. VIAJAR! PERDER PAÍSES!

    Viajar! Perder países!
    Ser outro constantemente,
    Por a alma não ter raízes
    De viver de ver somente!

    Não pertencer nem a mim!
    Ir em frente, ir a seguir
    A ausência de ter um fim,
    E a ânsia de o conseguir!

    Viajar assim é viagem.
    Mas faço-o sem ter de meu
    Mais que o sonho da passagem.
    O resto é só terra e céu.

    Fernando Pessoa

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  17. Bridge over troubled waters

    When you're weary, feeling small
    When tears are in your eyes
    I will dry them all

    I'm on your side
    Oh when times get rough
    And friends just can't be found

    Like a bridge over troubled water
    I will lay me down
    Like a bridge over troubled water
    I will lay me down

    When you're down and out
    When you're on the street
    When evening falls so hard, I will comfort you

    I'll take your part
    Oh, when darkness comes
    And pain is all around

    Like a bridge over troubled water
    I will lay me down
    Like a bridge over troubled water
    I will lay me down

    Sail on silver girl, sail on by
    Your time has come to shine
    All your dreams are on their way
    See how they shine

    Oh, if you need a friend
    I'm sailing right behind

    Like a bridge over troubled water
    I will ease your mind
    Like a bridge over troubled water
    I will ease your mind

    Songwriters
    SIMON, PAUL



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  18. Sailing

    I am sailing, I am sailing,
    home again 'cross the sea.
    I am sailing, stormy waters,
    to be near you, to be free.

    I am flying, I am flying,
    like a bird 'cross the sky.
    I am flying, passing high clouds,
    to be with you, to be free.

    Can you hear me, can you hear me
    thro' the dark night, far away,
    I am dying, forever trying,
    to be with you, who can say.

    Can you hear me, can you hear me,
    thro' the dark night far away.
    I am dying, forever trying,
    to be with you, who can say.

    We are sailing, we are sailing,
    home again 'cross the sea.
    We are sailing stormy waters,
    to be near you, to be free.

    Oh Lord, to be near you, to be free.
    Oh Lord, to be near you, to be free,
    Oh Lord.

    Rod Stewart (singer)

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  19. The Winners

    ("The Story of the Gadsbys")

    What the moral? Who rides may read.
    When the night is thick and the tracks are blind
    A friend at a pinch is a friend, indeed,
    But a fool to wait for the laggard behind.
    Down to Gehenna or up to the Throne,
    He travels the fastest who travels alone.

    White hands cling to the tightened rein,
    Slipping the spur from the booted heel,
    Tenderest voices cry " Turn again!"
    Red lips tarnish the scabbarded steel,
    High hopes faint on a warm hearth-stone--
    He travels the fastest who travels alone.

    One may fall but he falls by himself--
    Falls by himself with himself to blame.
    One may attain and to him is pelf--
    Loot of the city in Gold or Fame.
    Plunder of earth shall be all his own
    Who travels the fastest and travels alone.

    Wherefore the more ye be helpen-.en and stayed,
    Stayed by a friend in the hour of toil,
    Sing the heretical song I have made--
    His be the labour and yours be the spoil.
    Win by his aid and the aid disown--
    He travels the fastest who travels alone!

    Rudyard Kipling

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  20. The Road Not Taken

    Two roads diverged in a yellow wood,
    And sorry I could not travel both
    And be one traveler, long I stood
    And looked down one as far as I could
    To where it bent in the undergrowth;

    Then took the other, as just as fair,
    And having perhaps the better claim,
    Because it was grassy and wanted wear;
    Though as for that the passing there
    Had worn them really about the same,

    And both that morning equally lay
    In leaves no step had trodden black.
    Oh, I kept the first for another day!
    Yet knowing how way leads on to way,
    I doubted if I should ever come back.

    I shall be telling this with a sigh
    Somewhere ages and ages hence:
    Two roads diverged in a wood, and I—
    I took the one less traveled by,
    And that has made all the difference.

    Robert Frost

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  21. A tarde é de oiro rútilo: esbraseia.
    O horizonte: um cacto purpurino.
    E a vaga esbelta que palpita e ondeia,
    Com uma frágil graça de menino,
    .
    Pousa o manto de arminho na areia
    E lá vai, e lá segue o seu destino!
    E o sol, nas casas brancas que incendeia,
    Desenha mãos sangrentas de assassino!
    .
    Que linda tarde aberta sobre o mar!
    Vai deitando do céu molhos de rosas
    Que Apolo se entretém a desfolhar...
    .
    E, sobre mim, em gestos palpitantes,
    As tuas mãos morenas, milagrosas,
    São as asas do sol, agonizantes...
    .
    Florbela Espanca

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  22. 22 comentários, agora 23, é obra!

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  23. Quantos comentários o viajante suscita...

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