quarta-feira, 28 de maio de 2014

The Old Roadside Inn. Edward Charles Williams and William Shayer

Edward Charles Williams (1807-1881) and William Shayer (1787-1879)
The Old Roadside Inn, S/d


6 comentários:

  1. I was such a child, and so little, that frequently when I went into the bar of a strange public-house for a glass of ale or poster, to moisten what I had had for dinner, they were afraid to give it to me. I remembre, one hot evening, I went into the bar of a public-house, and said to the landlord:
    - What is your best - your very best ale a glass? - For it was a special occasion, I don´t know what. It might have been my birthday.
    - Twopence-halfpenny, says the landlord, It´s the price of the Genuine Stunning ale.
    -Then, says I, producing the Money, just draw me a glass of the Genuine Stunning, if you please, with a good head of it.
    The landlord looked at me in return over the bar, from head to foot, with a strange smile on his face; and instead of drawing the beer, looked round the screen, and said something to his wife. She came out from behind it, with her work in her hand, and joined him in surveying me... They served me with the ale, though I suspect it was not the Genuine Stunning; and the landlord´s wife, opening the little half-door of the bar, and bending down, gave me my Money back, and gave me a kiss that was half-admiring and half compassionate, but all womanly and good. I am sure.

    Charles Dickens, in David Copperfield

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  2. Life is a pilgrimage. The wise man does not rest by the roadside inns. He marches direct to the illimitable domain of eternal bliss, his ultimate destination.

    Oscar Wilde

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    1. Desde esse dia de Maio, que penso nesta afirmação de MC... Gosto muito da ideia de peregrinação e da "chegada" ("illimitable domain of eternal bliss")...

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  3. /.../ Autores hay que dicen que la primera aventura que le avino fue la de Puerto Lápice; otros dicen que la de los molinos de viento; pero lo que yo he podido averiguar en este caso, y lo que he hallado escrito en los anales de la Mancha, es que él anduvo todo aquel día, y al anochecer, su rocín y él se hallaron cansados
    muertos de hambre; y que mirando a todas partes, por ver si descubriría algún castillo o alguna majada de pastores donde recogerse, y adonde pudiese remediar su mucha necesidad, vió no lejos del camino por donde iba una venta, que fue como si viera una estrella, que a los portales, si no a los alcázares de su redención, le encaminaba. Dióse priesa a caminar, y llegó a ella a tiempo que anochecía. Estaban acaso a la puerta dos mujeres mozas, de estas que llaman del partido, las cuales iban a Sevilla con unos arrieros, que en la venta aquella noche acertaron a hacer jornada; y como a nuestro aventurero todo cuanto pensaba, veía o imaginaba, le parecía ser hecho y pasar al modo de lo que había leído, luego que vió la venta se le representó que era un castillo con sus cuatro torres y chapiteles de luciente plata, sin faltarle su puente levadizo y honda cava, con todos aquellos adherentes que semejantes castillos se pintan. Fuese llegando a la venta (que a él le parecía castillo), y a poco trecho de ella detuvo las riendas a Rocinante, esperando que algún enano se pusiese entre las almenas a dar señal con alguna trompeta de que llegaba caballero al castillo; pero como vió que se tardaban, y que Rocinante se daba priesa por llegar a la caballeriza, se llegó a la puerta de la venta, y vió a las dos distraídas mozas que allí estaban, que a él le parecieron dos hermosas doncellas, o dos graciosas damas, que delante de la puerta del castillo se estaban solazando. En esto sucedió acaso.
    Preguntáronle si por ventura comería su merced truchuela, que no había otro pescado que darle a comer. Como haya muchas truchuelas, respondió D. Quijote, podrán servir de una trueba; porque eso se me da que me den ocho reales en sencillos, que una pieza de a ocho. Cuanto más, que podría ser que fuesen estas truchuelas como la ternera, que es mejor que la vaca, y el cabrito que el cabrón. Pero sea lo que fuere, venga luego, que el trabajo y peso de las armas no se puede llevar sin el gobierno de las tripas. Pusiéronle la mesa a la puerta de la venta por el fresco, y trájole el huésped una porción de mal remojado, y peor cocido bacalao, y un pan tan negro y mugriento como sus armas. Pero era materia de grande risa verle comer, porque como tenía puesta la celada y alzada la visera, no podía poner nada en la boca con sus manos, si otro no se lo daba y ponía; y así una de aquellas señoras sería de este menester; mas el darle de beber no fue posible, ni lo fuera si el ventero no horadara una caña, y puesto el un cabo en la boca, por el otro, le iba echando el vino. Y todo esto lo recibía en paciencia, a trueco de no romper las cintas de la celada. Estando en esto, llegó acaso a la venta un castrador de puercos, y así como llegó sonó su silbato de cañas cuatro o cinco veces, con lo cual acabó de confirmar Don Quijote que estaba en algún famoso castillo, y que le servían con música, y que el abadejo eran truchas, el pan candeal, y las rameras damas, y el ventero castellano."

    http://www.donquijote.org

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  4. PAPAGAIO
    Louro não sou.
    Cinzento,
    olho atento
    e dou troco.
    Troço da negaça
    de quem por mim passa.

    "O nº 3 era no fundo do corredor. Às portas dos lados, os passageiros tinham posto o seu calçado para engraxar: estavam umas grossas botas de montar, enlameadas, com esporas de correia; os sapatos brancos de um caçador; botas de proprietário, de altos canos vermelhos; as botas de um padre, altas, com uma borla de retrós; os botins cambados de bezerro, de um estudante; e a uma das portas, o nº 15, havia umas botinas de mulher, de duraque, pequeninas e finas, e ao lado as pequeninas botas de uma criança, todas coçadas e batidas, e os seus canos de pelica-mor caíam-lhe para os lados com os atacadores desatados. Todos dormiam. Defronte do nº 3 estavam os sapatos de casimira e atilhos; e, quando abri a porta, vi o homem dos canhões de veludilho, que amarrava na cabeça um lenço de seda: estava com uma jaqueta curta de ramagens, uma meia de lã, grossa e alta, e os pés metidos em chinelos de ourelo.
    - O senhor não repare - disse ele.
    - À vontade. - E para estabelecer intimidade tirei o casaco.
    Não direi os motivos por que ele daí a pouco, já deitado, me disse a sua história. Há um provérbio eslavo da Galícia que diz: 'O que não contas à tua mulher, o que não contas ao teu amigo, conta-lo a um estranho, na estalagem.' [...]
    Talvez a história seja julgada trivial; a mim, que nessa noite estava nervoso e sensível, pareceu-me terrível - mas conto-a como um acidente singular da vida amorosa..."

    Eça de Queirós, SINGULARIDADES DE UMA RAPARIGA LOURA, IN CONTOS, Lisboa. Pub. Europa-América, 1982, pp. 15.

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  5. 25 de Outubro, à noite. Perugia

    Não escrevi nas últimas duas noites. As estalagens eram tão más que não havia sítio para estender uma folha de papel. E começo também a ficar um pouco confuso, porque desde que saí de Veneza a roca desta viagem não fia tão bem, sem empecilhos.
    (...)
    Messina, Quinta Feira, 10 de Maio de 1787

    E assim chegamos a Messina; acomodámo-nos na primeira noite na estalagem do "vetturio", porque não conhecíamos outras, e decidimos na manhã seguinte procurar um alojamento melhor. Esta nossa decisão deu-nos logo à entrada a terrível impressão de uma cidade completamente em ruínas; na verdade, andámos durante um quarto de hora só por entre escombros, antes de chegarmos à estalagem, que era a única casa reconstruída nesta área e de cuja janela do primeiro andar só se via um deserto com os perfis dentados das casas desmoronadas. Fora da área deste casal não se via vivalma, e de noite era um silêncio aterrador. As portas não se fechavam, nem à chave nem com ferrolho, estavam aqui tão preparados para receber hóspedes humanos como em qualquer outro albergue de cavalos, mas acabámos por dormir tranquilamente num colchão que o solícito "vetturio" conseguiu tirar debaixo do corpo do estalajadeiro.

    Sexta-feira, 11 de Março de 1787

    Despedimo-nos hoje do nosso bravo guia, com uma boa paga pelos seus prestimosos serviços. (...) O estalajadeiro, que queria ver-se livre de nós o mais depressa possível, ajudou a levar as malas e restante bagagem para um lugar cómodo, perto da parte habitada da cidade, isto é, já fora da cidade propriamente dita. A situação explica-se do seguinte modo. Depois da terrível desgraça que atingiu Messina, causando a morte a doze mil dos seus habitantes, não ficou uma casa de pé para os restantes trinta mil: a maior parte dos edifícios tinha-se desmoronado e as paredes rachadas dos outros não ofereciam qualquer segurança. Construiu-se, por isso, rapidamente a norte de Messina, num grande prado, uma cidade de barracas (...) Vivem assim já há três anos, e esta vida em barracas, cabanas, tendas, tem grande influência sobre a maneira de ser das pessoas. O horror daquele terrível acontecimento e o receio de que possa voltar a acontecer leva-os a gozar as alegrias do momento com a maior boa disposição. As preocupações com uma nova desgraça reavivaram-se no dia vinte e um de Abril, há cerca de vinte dias, portanto, quando um razoável abalo fez de novo tremer a terra. (...)
    J. W. Goethe, Viagem a Itália

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