Sete partidas (cantiga de amigo)
Ouço uma voz que me canta velhas canções esquecidas
E embala o meu sonho num cais de sete partidas
Como água morrente no longe vai e vem o madrigal
Provença que soas ainda nas noites de Portugal
Viajantes de Alexandria mostram laca e seda fina
Ouro pimenta e marfim porcelana e musselina
Falam do Preste João dizem do seu paradeiro
Aos altos da Etiópia vou mandar um mensageiro
Acordo todas as manhãs com ecos dessa canção
Sete partidas cinco chagas vãs águas morrente e Sião
Cantiga de amigo Provença no coração
Embala o meu sonho e leva-me ao Preste João
Canção que trazes aromas de aloés e benjoim
Aponta na minha carta onde se cheiram coisas assim
Para lá da Núbia doirada para lá dos Dardanelos
Na Pérsia na Índia encantada até aos rios amarelos
Vejo passar caravanas na língua dos mercadores
E as cidades italianas brilham em seus esplendores
Tenha eu a certeza do que me canta essa voz
E um dia Génova e Veneza hão-de ouvir falar de nós
Acordo todas as manhãs com ecos dessa canção
Sete partidas cinco chagas vãs águas morrente e Sião
Cantiga de amigo Provença no coração
Embala o meu sonho e leva-me ao Preste João
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