Em particular, dedico esta distinção a José Craveirinha que nos ensinou, por via da poesia, que o sermos cultural e linguisticamente múltiplos não nos converte em seres divididos e fragmentados. Ao inverso, nós somos criaturas repartidas, capazes de viajar entre esse arquipélago de identidades de que se constitui a alma moçambicana. Celebro convosco o gosto por essa errância de quem sabe que apenas na viagem pelos outros encontraremos raiz e morada.
Mia Couto, texto de agradecimento do prémio União Latina, publicado pelo
Jornal de Letras Artes e Ideias, n. 954, de 25 de Abril de 2007.
Sem comentários:
Enviar um comentário