Andrée Crabbé Rocha, A Epistolografia em Portugal. Coimbra, 1965, p. 16. Citado por Jacinto do Prado Coelho, A Originalidade da Literatura Portuguesa. 3ª edição. Lisboa, Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, 1992, p. 88.
quarta-feira, 12 de junho de 2013
O afastamento de resto permite ver melhor o tabuleiro nacional. Andrée Crabbé Rocha
Já nos narradores de viagens de quinhentos era flagrante a sobreposição contínua de palpáveis imagens nacionais (bichos, frutos ou doçura dos ares) nas impressões colhidas. Pelos tempos fora, persistirá, até nos maiores, a concreta saudade de recantos, tipos ou manjares portugueses. O afastamento de resto permite ver melhor o "tabuleiro nacional". Como dizia chãmente Eça de Queirós a Ramalho, de Havana: "Estar longe é uma grande telescópio para as virtudes da terra onde se vestiu a primeira camisa". Mas é ainda, quando o amor foi ferido, um grande telescópio para ver os vícios. Para os que escorraçou, a pátria funciona como reduto da anti-aventura. Conferindo lembranças antigas com experiências novas, olham para as primeiras com maior penetração. E, diga-se também, com maior liberdade.
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Já no post anterior Sophia disse:
ResponderEliminar"Que te quiseste distante como quem ante o quadro para melhor ver recua"
É condição do olhar (da visão) ser exterior, exercer-se de fora, à distância certa da nitidez.
Se assim não fosse não haveria metafísica, metalinguagem, etc.
Assim como com os países, com os espaços, com as situações.
Mas a questão principal em tudo isto é a liberdade. Mesmo.
Perspectivismo nietzscheano, ou nas palavras de um mais pragmático, mas não menos sábio, Príncipe: "Muy necessaria cousa me foy vestir as armas para conhecer os homens a que devo fazer merce"
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