terça-feira, 1 de julho de 2014

Tempo de pausa


22 comentários:

  1. POEMA

    As coisas mais simples, ouço-as no intervalo
    do vento, quando um simples bater de chuva nos
    vidros rompe o silêncio da noite, e o seu ritmo
    se sobrepõe ao das palavras. Por vezes, é uma
    voz cansada, que repete incansavelmente
    o que a noite ensina a quem a vive; de outras
    vezes, corre, apressada, atropelando sentidos
    e frases como se quisesse chegar ao fim, mais
    depressa do que a madrugada. São coisas simples
    como a areia que se apanha, e escorre por
    entre os dedos enquanto os olhos procuram
    uma linha nítida no horizonte; ou são as
    coisas que subitamente lembramos, quando
    o sol emerge num breve rasgão de nuvem.
    Estas são as coisas que passam, quando o vento
    fica; e são elas que tentamos lembrar, como
    se as tivéssemos ouvido, e o ruído da chuva nos
    vidros não tivesse apagado a sua voz.

    Nuno Júdice, Lisboa, Dom Quixote, 2006

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  2. Sucedeu Assim

    Assim,
    Começou assim
    Uma coisa sem graça
    Coisa boba que passa
    Que ninguém percebeu

    Assim,
    Depois ficou assim
    Quis fazer um carinho,
    Receber um carinho,
    E você percebeu

    Fez-se uma pausa no tempo
    Cessou todo meu pensamento
    E como acontece uma flor
    Também acontece o amor

    Assim,
    Sucedeu assim,
    E foi tão de repente
    Que a cabeça da gente
    Vira só coração
    Não poderia supor
    Que o amor nos pudesse prender,
    Abriu-se em meu peito um vulcão
    E nasceu a paixão

    Tom Jobim

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  3. Amor Combate

    Meu amor que eu não sei. Amor que eu canto. Amor que eu digo.
    Teus braços são a flor do aloendro.
    Meu amor por quem parto. Por quem fico. Por quem vivo.
    Teus olhos são da cor do sofrimento.

    Amor-país.
    Quero cantar-te. Como quem diz:

    O nosso amor é sangue. É seiva. É sol. É Primavera.
    Amor intenso. amor imenso. amor instante.
    O nosso amor é uma arma. É uma espera.
    O nosso amor é um cavalo alucinante.

    O nosso amor é pássaro voando. Mas à toa.
    Rasgando o céu azul-coragem de Lisboa.
    Amor partindo. Amor sorrindo. Amor doendo.
    O nosso amor é como a flor do aloendro.

    Deixa-me soltar estas palavras amarradas
    para escrever com sangue o nome que inventei.
    Romper. Ganhar a voz duma assentada.
    Dizer de ti as coisas que eu não sei.

    Amor. Amor. Amor. Amor de tudo ou nada.
    Amor-verdade. Amor-cidade.
    Amor-combate. Amor-abril.
    Este amor de liberdade.


    JOAQUIM PESSOA

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  4. Desciam a Calçada do Combro, Lisboa ardia naquela tarde de fim de verão, as duas queixando-se "deste tempo em que as estações já não querem dizer nada". Recordaram ambas as tardes em que iam com as mães à Baixa, comprar tecido para os "fatos de meia-estação"…

    Entram num café, que ainda se chama "leitaria", as mesas ocupadas por mulheres do bairro, que discutem, com a mulher ao balcão, doenças, insónias e falta de dinheiro. Arranjam uma mesa ao fundo. De repente ela olha em volta e desata a rir: "Há mais de 30 anos que não entrava aqui!"

    A amiga não percebe, é só uma leitaria de bairro. Ainda a rir, ela acrescenta:

    "Era aqui que o Miguel vinha ter comigo… E fica sabendo que eu podia ser a dona disto!"

    Nunca contara a história a ninguém. Nem sequer ao Miguel, que nunca entendeu por que razão, de um dia para o outro, ela decidira esperá-lo noutro lugar, longe dali.

    Todos os dias, depois das sete, ela entrava e escolhia a mesa que dava para a rua, para melhor poder ver o Miguel a aproximar-se. Tinham pouco mais de 20 anos, estavam apaixonados, um dia iriam casar-se e seriam felizes para sempre. O Sr.Joaquim, dono da leitaria, seguia aquele namoro com benevolência, sorrisos e compreensão.

    Às vezes o Miguel atrasava-se, às vezes não chegava e ela voltava para casa, sem saber o que tinha acontecido. Em casa, com a mãe sempre a vigiar-lhe os passos, era impossível telefonar. Tinha de esperar pelo dia seguinte, pelas sete horas, pela mesa na leitaria do Sr. Joaquim.

    Um dia, desses em que o Miguel faltara, o Sr. Joaquim aproximou-se da mesa.

    "A menina dá-me licença?"

    E antes que ela pudesse dizer fosse o que fosse, sentou-se na sua frente.

    "Se a menina quisesse…"

    E ela sem entender, e ele:

    "O seu namorado não a merece, a menina aqui à espera dele e ele nem aparece, e não são uma nem duas vezes, que eu bem noto, ouça bem o que eu lhe digo, mande-o à vida antes que seja tarde, aquilo não é futuro para a menina…"

    E ela sem conseguir dizer nada, a olhar para o Sr. Joaquim, para o cabelo muito preto a tresandar a Restaurador Olex do Sr. Joaquim, e ele no seu discurso imparável:

    "Se a menina quisesse, eu podia fazê-la muito feliz, ficava com esta leitaria, punha-lhe uma casa com tudo o que a menina quisesse, nada lhe faltava, seria sempre muito estimada, nem precisava de trabalhar…"

    Aproveitando uma pausa providencial, ela sorri, diz qualquer coisa como "obrigada", e sai disparada, sem olhar para trás.

    Nunca mais ali tinha entrado.

    "Tinha sido o teu futuro…" - exclama a amiga, no meio de uma gargalhada -, "estavas hoje a servir galões e bolos de arroz às velhas… Diz lá se não tinha sido melhor do que teres passado a vida a corrigir testes…"
    Alice Vieira, in Se a menina quisesse

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  5. Muitas coisas que me aconteceram tão piores que estas, eu já perdoei. No entanto essa não posso sequer entender agora: o jogo de dados de um destino é irracional? É impiedoso. Quando eu estava vestida de papel crepom todo armado, ainda com os cabelos enrolados e ainda sem batom e ruge - minha mãe de súbito piorou muito de saúde, um alvoroço repentino se criou em casa e mandaram-me comprar depressa um remédio na farmácia. Fui correndo vestida de rosa - mas o rosto ainda nu não tinha a máscara de moça que cobriria minha tão exposta vida infantil - fui correndo, correndo, perplexa, atônita, entre serpentinas, confetes e gritos de carnaval. A alegria dos outros me espantava.

    Quando horas depois a atmosfera em casa acalmou-se, minha irmã me penteou e pintou-me. Mas alguma coisa tinha morrido em mim. E, como nas histórias que eu havia lido, sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas, eu fora desencantada; não era mais uma rosa, era de novo uma simples menina. Desci até a rua e ali de pé eu não era uma flor, era um palhaço pensativo de lábios encarnados. Na minha fome de sentir êxtase, às vezes começava a ficar alegre mas com remorso lembrava-me do estado grave de minha mãe e de novo eu morria.

    Só horas depois é que veio a salvação. E se depressa agarrei-me a ela é porque tanto precisava me salvar. Um menino de uns 12 anos, o que para mim significava um rapaz, esse menino muito bonito parou diante de mim e, numa mistura de carinho, grossura, brincadeira e sensualidade, cobriu meus cabelos já lisos de confete: por um instante ficamos nos defrontando, sorrindo, sem falar. E eu então, mulherzinha de 8 anos, considerei pelo resto da noite que enfim alguém me havia reconhecido: eu era, sim, uma rosa.

    in "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998
    Clarice Lispector

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  6. PARAGEM. ZONA

    Tragam-me esquecimento em travessas!
    Quero comer o abandono da vida!
    Quero perder o hábito de gritar para dentro.
    Arre, já basta! Não sei o quê. mas já basta...
    Então viver amanhã, hein?... E o que se faz de hoje?
    Viver amanhã por ter adiado hoje?
    Comprei por acaso um bilhete para esse espectáculo?
    Que gargalhadas daria quem pudesse rir!
    E agora aparece o eléctrico — o de que eu estou à espera —
    Antes fosse outro... Ter de subir já!
    Ninguém me obriga, mas deixai-o passar, porquê?
    Só deixando passar todos, e a mim mesmo, e à vida...
    Que náusea no estômago real que é a alma consciente!
    Que sono bom o ser outra pessoa qualquer...
    Já compreendo porque é que as crianças querem ser guarda-freios...
    Não, não compreendo nada...
    Tarde de azul e ouro, alegria das gentes, olhos claros da vida...

    28-5-1930
    Álvaro de Campos - Livro de Versos . Fernando Pessoa. (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993. - 123.

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  7. BALADA DAS MENINAS DE BICICLETA
    Rio de Janeiro , 1946

    Meninas de bicicleta
    Que fagueiras pedalais
    Quero ser vosso poeta!
    Ó transitórias estátuas
    Esfuziantes de azul
    Louras com peles mulatas
    Princesas da zona sul:
    As vossas jovens figuras
    Retesadas nos selins
    Me prendem, com serem puras
    Em redondilhas afins.
    Que lindas são vossas quilhas
    Quando as praias abordais!
    E as nervosas panturrilhas
    Na rotação dos pedais:
    Que douradas maravilhas!
    Bicicletai, meninada
    Aos ventos do Arpoador
    Solta a flâmula agitada
    Das cabeleiras em flor
    Uma correndo à gandaia
    Outra com jeito de séria
    Mostrando as pernas sem saia
    Feitas da mesma matéria.
    Permanecei! vós que sois
    O que o mundo não tem mais
    Juventude de maiôs
    Sobre máquinas da paz
    Enxames de namoradas
    Ao sol de Copacabana
    Centauresas transpiradas
    Que o leque do mar abana!
    A vós o canto que inflama
    Os meus trint'anos, meninas
    Velozes massas em chama
    Explodindo em vitaminas.
    Bem haja a vossa saúde
    À humanidade inquieta
    Vós cuja ardente virtude
    Preservais muito amiúde
    Com um selim de bicicleta
    Vós que levais tantas raças
    Nos corpos firmes e crus:
    Meninas, soltai as alças
    Bicicletai seios nus!
    No vosso rastro persiste
    O mesmo eterno poeta
    Um poeta - essa coisa triste
    Escravizada à beleza
    Que em vosso rastro persiste,
    Levando a sua tristeza
    No quadro da bicicleta.

    Vinicius de Moraes

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  8. Decididamente a palavra
    quer entrar no poema e dispõe
    com caligráfica raiva
    do que o poeta no poema põe.

    Entretanto o poema subsiste
    informal em teus olhos talvez
    mas perdido se em precisa palavra
    significas o que vês.

    Virtualmente teus cabelos sabem
    se espalhando avencas no travesseiro
    que se eu digo prodigiosos cabelos
    as insólitas flores que se abrem
    não têm sua cor nem seu cheiro.

    Finalmente vejo-te e sei que o mar
    o pinheiro a nuvem valem a pena
    e é assim que sem poetizar
    se faz a si mesmo o poema.

    Natália Correia, in "O Vinho e a Lira"

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  9. Se todos os rios são doces, de onde o mar tira o sal?
    Como sabem as estações do ano que devem trocar de camisa?
    Por que são tão lentas no inverno e tão agitadas depois?
    E como as raízes sabem que devem alçar-se até a luz e saudar o ar com tantas flores e cores?
    É sempre a mesma primavera que repete seu papel?
    E o outono?... ele chega legalmente ou é uma estação clandestina?

    Pablo Neruda

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  10. Se eu fosse poeta, gostaria de escrever um poema inspirado por esta belíssima fotografia! Pena não ser! A fotografia merece, porque inspira!

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    1. Obrigado, pela referencia à fotografia. Trata-se verdadeiramente de um acaso fotográfico. Nada foi encenado, limitei-me a registar o momento.

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    2. Não é obra do acaso, apenas. É preciso saber escolher o momento, senti-lo, saber enquadrar, saber fotografar. É preciso sensibilidade, competência, intuição, saber.

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  11. FLAMINGO
    Desenho o quatro
    e permaneço estável
    em equilíbrio imóvel.
    Preguiça de domingo?
    Não! Repouso.
    Quando voo, voo.
    Quando poiso, pouso.

    " DO PECADO DA OCIOSIDADE
    Da ociosidade em nosso linguagem seu nome mais apropriado é preguiça, assi que todo erro da preguiça procede da ociosidade. E dela vem mal, tarde e fracamente começar, continuar e acabar as cousas que bem e cedo se devem fazer. E aquesto por estas seis deferenças, scilicet.
    Primeira, per apertamento, empacho e fraqueza do coraçom.
    Segunda, do desejar e seguir sobejo vida folgada e viçosa.
    Terceira, de pospoer os feitos.
    Quarta, por seer movediço e de mao assessego per cuidado, falas ociosas e obras sem proveito.
    Quinta, por haver pequena lembrança, sentido, avisamento e percebimento pera o que convem fazer.
    Sexta, por seer deleixado, froxo, e tardinheiro em as cousas que faz.
    Per todas estas partes, ou cada ua delas, a meu juizo erramos per ociosidade segundo se pode sentir quem em si e nos outros bem consiirar."

    Dom Duarte, LEAL CONSELHEIRO, edição crítica de Maria Helena Lopes de Castro, Lisboa, IN-CM, 1998, Cap. XXVI, pp. 102.

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  12. Se eu fosse um dia o teu olhar
    Frio
    O mar
    Por entre o corpo
    Fraco de lutar
    Quente,
    O chão
    Onde te estendo
    Onde te levo a razão.
    Longa a noite
    E só o sol
    Quebra o silêncio,
    Madrugada de cristal.
    Leve, lento, nu, fiel
    E este vento
    Que te navega na pele.
    Pede-me a paz
    Dou-te o mundo
    Louco, livre assim sou eu
    (Um pouco +...)
    Solta-te a voz lá do fundo,
    Grita, mostra-me a cor do céu.
    Se eu fosse um dia o teu olhar,
    E tu as minhas mãos também,
    se eu fosse um dia o respirar
    E tu perfume de ninguém.
    Se eu fosse um dia o teu olhar,
    E tu as minhas mãos também,
    se eu fosse um dia o respirar
    E tu perfume de ninguém.
    Sangue,
    Ardente,
    Fermenta e torna aos
    Dedos de papel.
    Luz,
    Dormente,
    Suavemente pinta o teu rosto a
    pincel.
    Largo a espera,
    E sigo o sul,
    Perco a quimera
    Meu anjo azul.
    Fica, forte, sê amada,
    Quero que saibas
    Que ainda não te disse nada.
    Pede-me a paz
    Dou-te o mundo
    Louco, livre assim sou eu
    (Um pouco +...)
    Solta-te a voz lá do fundo,
    Grita, mostra-me a cor do céu.
    Refrão

    Pedro Abrunhosa

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  13. Caros leitores e comentadores deste blogue: a viajante surpreendida por mim na margem direita do Douro parou para comunicar. Este blogue pára para ganhar fôlego, aspirando continuar a comunicar. A todos se agradece o estímulo trazido ao blogue, num momento em que o seu responsável debatia consigo próprio se valia a pena persistir na fórmula. Afinal, a fórmula encontrada espontaneamente, com o contributo essencial dos comentários, foi diferente: um tema, logo a seguir tocado em distintas declinações, por espíritos inteligentes, cultos, que em tudo superam o do autor, com ele se correspondendo em inquietação e trepidação. Férias merecidas para todos!

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    1. Todos merecemos uma pausa, mas vou sentir a falta desta companhia diária, ao mesmo tempo surpreendente e estimulante.
      Boas férias!
      Fico à espera da rentrée! Com expectativa!

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    2. Mário Neves02/07/14, 11:54

      Compreende-se que o autor do blogue deseje introduzir uma pausa no seu labor e partir para férias. Tem todo o direito! E compreende-se que sinta que, de certo modo ou a partir de certa altura, a fórmula re-encontrada para o seu blogue lhe tenha "fugido das mãos", para se transformar num lugar de contribuições muitas vezes excessivas ou desajustadas.
      Contudo, vai fazer-nos falta a sempre bela "imago mundi" que os seus posts traziam até nós, bem como os comentários que verdadeiramente o eram, pela pertinência uns, pelo engenho outros.

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    3. Não me parecem nem excessivas nem desajustadas as contribuições dos comentadores. Nem mesmo as que falsificam aquelas como excessivas ou desajustadas. Em regra publico-as todas e só não agradeço um a um os posts disponibilizados para não parecer (isso sim) excessivo ou desajustado. De resto não vou de férias, a pausa no blogue para mim é técnica e serve para realimentar reservatórios de escritos e imagens sobre viagens e viajantes. Obrigado M.N., que a vontade de participar, lhe não esmoreça.

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  14. "CORO DAS AVES:
    Ei, tu aí! Estás a ouvir? É contigo que estou a falar.

    POUPA:
    Chamaste?

    CORO DAS AVES:
    Esses dois fulanos, leva-os contigo e dá-lhes de almoçar. E o rouxinol, de voz doce, que canta com as Musas, manda-o cá e deixa-o aqui connosco, para gozarmos um pouco da companhia dele!"

    Aristófanes, AS AVES, Trad. de Maria de Fátima Sousa e Silva, Lisboa, edições 70, 1989, pp. 110-111.

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  15. Agradeço a todos os comentadores o desafio e a companhia... O meu mais sentido bem-haja ao Autor pela sua generosidade, cultura, erudição e lucidez. Durante algum tempo pude usufruir de duas alvoradas...

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  16. "O fio da esperança move-se. Ascende. Em cada pérola, olha.
    Olha fixamente esta palavra que o designa _______ infinitamente. E,
    Como um colar dos dias, desfia-a de si próprio ou de si mesma,
    Extraia-a do infinito. Surge vazia, ou seja, o jardim abismático
    Onde vivemos."
    - Maria Gabriela Llansol (2003) O Começo de um livro é precioso. Lisboa: Assírio & Alvim (p. 307)

    É o que lhe ofereço neste momento, João.
    Agradeço-lhe muito este blogue.
    A pausa também é viagem. E viaja.

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  17. Então, ainda não retemperou forças?

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